Dois dos três membros da comissão de sindicância do PT, Romênio Pereira e Marlene da Rocha, informaram na tarde desta sexta-feira que o parecer sobre seus trabalhos não deve ser concluído até a reunião do diretório nacional do partido neste sábado. Encarregada de analisar o envolvimento de parlamentares petistas com recursos de caixa 2 em campanha, a comissão justifica ter um volume grande de documentos para avaliar, o que pode inviabilizar a apresentação de um parecer na reunião.

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O segundo vice-presidente do PT, Romênio Pereira, alega que a comissão recebeu nesta sexta-feira novos documentos de parlamentares, dificultando uma análise mais profunda dos dados a curto prazo. Ele explicou que, apesar disso, o diretório nacional pode até destituir a comissão ou acrescentar novos membros.

A secretária nacional de Acompanhamento do Fome Zero do PT, Marlene da Rocha, disse que o PT não quer deixar seus parlamentares à mercê das denúncias, mas avaliar o comportamento deles segundo os critérios da ética partidária.

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- Cabe à comissão levantar os elementos e fazer uma recomendação ao encerrar a análise. Estamos tendo o cuidado de não jogar nossos companheiros aos leões - afirmou, acrescentando que não tem a intenção de apresentar um relatório parcial.

A comissão de sindicância não pode punir os deputados, apenas sugerir se eles devem ou não ser submetidos à comissão de ética do PT. A decisão será tomada neste sábado pelo diretório nacional. Para os dirigentes, os parlamentares têm graus diferentes de envolvimento com o escândalo. Por isso, as punições sugeridas para cada um também devem ser diferentes.

Nesta sexta, o deputado federal Chico Alencar (PT-RJ) liderou no Centro do Rio um ato contra a impunidade dos parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção. Um dos símbolos da manifestação foi uma grande pizza de isopor, enfeitada com o desenho dos deputados acusados. Petistas cariocas também recolheram assinaturas para abaixo-assinado contra qualquer tentativa de se evitar a punição dos 18 parlamentares apontados pelo relatório das CPIs dos Correios e do Mesalão como envolvidos no esquema de distribuição de recursos do empresário Marcos Valério.