No último dia do prazo regimental para seu funcionamento, a comissão especial do impeachment encerrou nesta segunda-feira (11) seus trabalhos com a votação e aprovação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
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O placar na comissão e a debandada em série de aliados tornaram ainda mais imprevisível o desfecho do processo na semana que selará o destino do governo Dilma. Foram 38 votos favoráveis e 27 contra.
O processo agora vai ao plenário da Câmara, no qual são necessários os votos de dois terços da Casa (343 deputados) para ser aprovado.
A votação deve começar na sexta-feira (15). A conclusão, entretanto, está prevista somente para o domingo (17). Se for chancelado pelos deputados, o processo seguirá para o Senado. A decisão sobre a admissão do afastamento da presidente é do plenário, por maioria simples dos senadores. Caso o processo seja aceito no Senado, Dilma será afastada temporariamente do cargo.
Na votação desta segunda, a oposição obteve cinco votos a mais do que o que precisava para aprovar o processo. Já o governo está correndo contra o tempo para tentar, no varejo, reverter a tendência e garantir, no plenário, sua sobrevivência. O placar na comissão foi correspondente a mais de um terço necessário para barrar o impeachment.
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Leia a matéria completaA sessão na comissão durou cerca de 10 horas. Pela manhã, o relator Arantes leu e defendeu seu relatório e o ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, fez a defesa da presidente.
Depois, lideranças de todos os partidos discursaram. Por volta das 20h30, a votação foi realizada pelo painel eletrônico.
Fiéis da balança
Fiéis da balança na votação em plenário, o PMDB e o PP votaram divididos na sessão. Os dois partidos possuem, juntos, 114 deputados, e têm relação atribulada com o governo. Na comissão, quatro deputados do PMDB e três do PP votaram pelo prosseguimento do processo, enquanto três peemedebistas e dois pepistas votaram contra o impeachment.
Já o PR, que possui 40 deputados, orientou pelo voto contrário. Os três membros presentes seguiram a orientação. O PSD, que possui 36, também indicou voto contrário, mas dois deputados “traíram” a orientação – incluindo o presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF).
O PTN, que recentemente atingiu 13 deputados, deve liberar seus parlamentares no plenário. O PRB, que tem 22, confirmou sua ida para a oposição e seus três deputados votaram a favor do impeachment.
Nos outros partidos, houve pouca surpresa. A bancada de oposição (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade) votou em massa pelo impeachment, enquanto os partidos mais alinhados com o PT votaram contra.
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