A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado aprovou no começo da tarde desta terça (5) convite para que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, fale no Senado sobre as denúncias de superfaturamento em obras públicas, responsáveis pelo afastamento da cúpula do ministério no fim de semana.
Apresentado pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o requerimento ainda prevê o convite do chefe de gabinete dele, Mauro Barbosa da Silva, do assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini, do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luís Antônio Pagot, e do diretor-presidente da estatal Valec, José Francisco das Neves, todos afastados em decorrência das denúncias.
Mais cedo, o senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou que o ministro dos Transportes havia concordado em comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de superfaturamento em obras públicas da pasta. Segundo o senador, o ministro também deve ir à Câmara.
"Tivemos uma reunião com o ministro e a bancada de senadores e deputados. Ficou decidido que o ministro irá ao Senado e à Câmara para falar das denúncias", disse Maggi.
De acordo com o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela, os deputados do PR apresentaram requerimentos de convite ao ministro em quatro comissões e certamente o convite também será aprovado na Câmara. "Queremos que ele venha esclarecer à imprensa e à população os fatos. Já conversamos com ele e ele virá", disse o líder.
Oposição
Nesta segunda, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), pediu o afastamento de Nascimento do cargo e anunciou uma série de medidas para apurar o caso. "A obrigação é de saber e de ver o que acontece no ministério. Se não sabe e não vê, não tem condições de ser ministro. Acho que ele próprio [Nascimento] deveria pedir o afastamento até a conclusão das investigações, para que os fatos sejam esclarecidos de forma cabal e definitiva", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), nesta manhã.
Dias e outros líderes da oposição no Senado entregaram à Procuradoria Geral da República pedido de investigação sobre as supostas fraudes no Ministério dos Transportes.
Após denúncias de superfaturamento em obras públicas apontadas em reportagem da revista "Veja", o governo decidiu afastar a cúpula do Ministério dos Transportes e abrir sindicância para apurar o caso. Em nota, Nascimento negou que tenha sido "conivente" com supostas irregularidades ocorridas no ministério.
"O Ministro de Estado dos Transportes, Alfredo Nascimento, rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes", disse.
A reportagem de "Veja" relata que representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras. Em nota, o PR defendeu uma sindicância no Ministério dos Transportes.
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