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Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula: na mira da CPI da Petrobras. | Heinrich Aikawa/Instituto Lula
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula: na mira da CPI da Petrobras.| Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

A CPI da Petrobras na Câmara vai centrar ainda mais no PT sua artilharia neste segundo semestre. Já na primeira quinzena de agosto, os deputados devem marcar o depoimento do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, cuja convocação foi aprovada no mês passado. Até o início de setembro, a comissão comandada pelo deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer aprovar também o requerimento de convocação e marcar o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

A pedido do PSDB, Okamotto – amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde os tempos do sindicalismo – deve depor antes das manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff marcadas para o próximo dia 16. Aliados de Cunha acreditam, porém, que Okamotto deve comparecer à CPI munido de autorização judicial para ficar calado.

O requerimento de convocação de Okamotto foi aprovado em junho, durante uma tumultuada sessão da CPI, após a revelação de que o Instituto Lula recebeu doações de R$ 3 milhões, entre 2011 e 2013, da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras alvo da Operação Lava Jato.

O aliado de Lula foi convocado às vésperas do Congresso do PT, o que irritou o ex-presidente. Lula reclamou com dirigentes petistas e deputados da bancada e chegou a telefonar para o vice-presidente Michel Temer para se queixar do comportamento dos peemedebistas.

Operação

Já a convocação de Dirceu foi adiada no início deste mês em uma operação negociada com os petistas e o governo. O ex-ministro é investigado na Lava Jato por suspeita de receber propina de empreiteiras por meio de sua empresa, a JD Consultoria. Ele sustenta que recebeu por serviços efetivamente prestados. Para poupar ministros mais próximos a Dilma e livrar Dirceu da exposição, o PT e o Planalto decidiram sacrificar o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, que acabou convocado para explicar aos deputados a atuação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.

Na ocasião, PMDB e PSDB queriam incluir na lista de convocações os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República). O Planalto rechaçava a convocação de Mercadante e Edinho porque isso simbolizaria a exposição direta da presidente Dilma Rousseff. Agora, os membros da comissão entendem que tão logo seja divulgado o conteúdo da delação premiada do empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, a convocação de Mercadante será inevitável.

O principal temor dos petistas é com a convocação de Dirceu. Segundo fontes do PT, o ex-ministro estaria deprimido e com medo de ser preso novamente, uma vez que todos os pedidos de habeas corpus preventivo foram negados pela Justiça Federal. Condenado no mensalão, Dirceu cumpre prisão domiciliar. Sua defesa já afirmou em petições à Justiça que ele “não aguenta mais” o “suplício”.

Por enquanto, as atividades agendadas da comissão se resumem às oitivas de representantes da Samsung Heavy Industry no Brasil e da Mitsui, no dia 5, além da acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, no dia seguinte.

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