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Os vereadores de Curitiba que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Invasões foram surpreendidos ontem durante visita na área ocupada irregularmente no bairro Santa Quitéria. Além de muitas casas ainda estarem sendo construídas, uma rua foi aberta no meio do terreno particular, sem nenhuma autorização da prefeitura.

Segundo o líder dos invasores, Gilberto Tanglica, as despesas com a abertura desta nova rua foram rateadas entre as mais de 85 famílias que ocupam o local. "Cada um contribuiu com R$ 10 para pagar o aluguel da máquina, que realizou as obras nesse último sábado. Ao todo, eles gastaram R$ 750", disse. A rua aberta irregularmente liga a via Irati a Luiz Delfino.

Com o mapa da região nas mãos, os veredores ficaram indignados com a invasão, que cresce rapidamente. "A intenção da visita é justamente conhecer as pessoas envolvidas no caso. Além da rua, outra questão que nos chamou atenção é o fato do terreno que fica ao lado do condomínio ainda estar vazio. Por que eles não invadiram esta área também?", questionou o presidente da CPI, o vereador Tico Kuzma. Já o vereador Roberto Hinça, relator da CPI, disse não compreender porque os donos da área não garantiram a posse das terras. "Se haviam boatos e até mesmo panfletos que estariam incentivando a ocupação, porque aparentemente os proprietários destas áreas não se manifestaram?", questionou.

Na visita, Elizabethe Lahoud, síndica do condomínio Atlanta 3 (que fica ao lado das invasões), recebeu os vereadores para esclarecer algumas dúvidas. Segundo ela, a reintegração de posse dos terrenos já foi determinada pela Justiça, mas ainda não foi cumprida. "Não sabemos porque tanta demora para retirar os invasores. O pior é que já ouvimos falar que eles estão comercializando algumas áreas, por um preço que varia de R$ 600 a R$ 1,5 mil", relatou. A síndica também questionou como os invasores poderiam saber da dívida ativa que a construtora (que tem a posse do terreno) tem com a prefeitura, referente às taxas do IPTU atrasadas. "Parece que tudo foi combinado." A área invadida desde o dia 16 de fevereiro está sob posse da construtora Cidadela, responsável por construir no terreno um espaço de lazer para os moradores do condomínio.

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