Duas comissões permanentes da Câmara dos Deputados apreciam nesta quarta-feira requerimentos de convocação do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), José Elito, para dar explicações sobre as denúncias de existência de uma operação coordenada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento do movimento sindical no Porto de Suape (PE). A ordem seria evitar que a categoria incentivasse paralisações em outros portos brasileiros.
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) apresentou requerimento neste sentido na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), enquanto o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, protocolou pedido de igual teor na Comissão de Trabalho. Ambas as votações estão programadas para amanhã cedo. A oposição e parlamentares ligados ao movimento sindical, como Paulinho da Força, estão arregimentando deputados para tentar aprovar os requerimentos.
Mas o governo entrou em campo para tentar neutralizar a reação oposicionista. Durante reunião de lideranças da Câmara, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), propôs um acordo a Paulinho da Força a fim de que a convocação de Elito fosse transformada em convite, e em seu lugar comparecesse o diretor-geral da Abin, Wilson Trezza. O pedetista recusou a oferta.
O jornal O Estado de S.Paulo publicou nesta terça-feira um documento comprovando operação da Abin para monitorar sindicatos contrários à Medida Provisória (MP) 595, conhecida como MP dos Portos, em 15 Estados litorâneos. O documento mostra que os objetivos da ação seriam informar a disposição dos portuários em promover greves em todo o País e apontar eventual apoio de outras categorias ao movimento.
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