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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou de "brincadeira sem graça" a fala de um advogado dos réus do mensalão que o comparou ao apresentador Jô Soares durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Gurgel disse que não tem problemas com a semelhança, mas que não gostou da declaração no contexto do julgamento. Segundo ele, alguns ministros do Supremo ficaram incomodados com a comparação.

"Não achei engraçado. Sempre acho engraçado, mas depois daquela sustentação, achei uma brincadeira sem graça. Não tenho nenhum problema nessa semelhança até porque o Jô Soares merece toda nossa simpatia, mas no contexto ali foi inadequado. Alguns ministros também fizeram um certo ar [de contrariedade]", disse.

A declaração foi do advogado Itapuã Messias, responsável pela defesa do ex-secretário do PTB Emerson Palmieri. Na tribuna do Supremo, ele disse que Gurgel, "tem até uma aparência agradável, gentil e que lembrava até um pouco o jeito do Jô Soares. Um jeito agradável de ser".

Gurgel também comentou os ataques musicais que vem sofrendo depois que citou Chico Buarque para defender a condenação de 36 dos 38 réus. Ontem, o advogado Luiz Telesca Mota, que defende Anita Leocádia, atacou de Cazuza, com a música "O tempo não para". "Procurador, a tua piscina está cheia de ratos, as tuas ideias não correspondem aos fatos." Segundo ele, "Chico já deu o que tinha que dar".

Ele disse que na hora não identificou a autoria da música que foi informada pelo presidente do STF, Carlos Ayres Britto."Não sou muito familiarizado com as músicas de Cazuza", afirmou. "Quando se fala em ratos você fica meio assustado", completou.

O procurador-geral disse que aceitava alfinetadas, mas não admite falas mais duras. "Grosserias são inaceitáveis".Gurgel rebateu ontem a tese das defesas de que não houve compra de votos para a composição da base de governo Lula no Congresso, mas um esquema de caixa dois para pagar dívidas de campanha. Para o procurador-geral, a linha da defesa não passa de uma "ladainha".

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