As dificuldades encontradas pelo governo do Paraná para a liberação dos empréstimos pela União estão entre os principais temas da pré-campanha para o Palácio Iguaçu. O governador Beto Richa (PSDB) tem reclamado de perseguição do governo federal para beneficiar a principal adversária, a senadora e ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT). A comparação das liberações da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para outros estados administrados pelo PSDB, contudo, não corrobora a tese.
Os tucanos estão no comando de oito unidades da federação, e o PT, de cinco. Na lista das dez com maiores valores autorizados pela STN, estão três governadas pelo PSDB (São Paulo, Minas Gerais e Goiás) e duas pelo PT (Bahia e Rio Grande do Sul). Entre as dez com mais liberações por habitante, três são do PSDB (Roraima, Tocantins e Goiás) e uma do PT (Sergipe).
Do outro lado, as autorizações também não significam facilidades para os petistas na relação com os aliados. Estado com mais empréstimos liberados na gestão Dilma Rousseff, o Rio de Janeiro é administrado pelo PMDB e se transformou em um dos principais focos de tensão para o PT. O atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), vai apoiar a candidatura do vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), contra o senador Lindberg Farias (PT).
Novo secretário fala em solução técnica, mas pede apoio político
Quatro quadrimestres seguidos é o período em que o governo do Paraná extrapolou o limite prudencial de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, o que prejudicou a liberação de empréstimos.
Terceiro nome a comandar a Secretaria Estadual da Fazenda durante a gestão Beto Richa (PSDB), Luiz Eduardo Sebastiani fala em buscar uma solução técnica para conseguir a liberação dos empréstimos. Em paralelo, cobra união de representantes paranaenses de todos os partidos no Congresso Nacional para o desfecho das negociações.
"Não estamos falando de financiamentos para um governo, mas para um estado", ressalta o secretário. A primeira ação dele depois que assumiu o cargo, no dia 14, foi uma reunião com representantes do Banco do Brasil em que abordou a liberação de R$ 817 milhões do Proinveste. "Essa é uma negociação fundamental para o equilíbrio financeiro do estado."
Sebastiani nega que a atual situação financeira do Paraná inviabilize a formalização dos empréstimos, apesar de o estado ter estado acima do limite prudencial de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao longo dos últimos quatro quadrimestres. "Posso atestar que não há nenhum outro estado em situação melhor que o Paraná, mas que muitos outros têm condições piores", declarou.
Procurada para se pronunciar sobre as operações de crédito em análise na Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda não se pronunciou.
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