Compra da El Paso divide Assembléia

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Os deputados estão divididos em relação ao projeto de lei do governo do estado que autoriza a Copel a comprar parte das ações da Usina Elétrica a Gás (UEG) de Araucária que pertencem à empresa da norte-americana El Paso e garantir o controle. Atualmente, apenas 20% da usina pertencem à Copel, sendo 20% da Petrobrás e 60% da El Paso.

Os deputados que integram a Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa fizeram ontem uma visita à usina para verificar o estado das obras, onde a Copel já investiu mais de R$ 100 milhões.

O preço das ações é de US$ 190 milhões. Para o presidente da comissão, Neivo Beraldin (PDT), esse valor seria apenas uma forma de evitar o processo que a El Paso move contra a Copel e o governo do estado pelo fato da usina ainda não estar funcionando. "A multa pode chegar a US$ 1 bilhão", explica.

Outro integrante da comissão, Reni Pereira (PSB), disse que a UEG deve R$ 470 milhões à Compagás e negociou pagar R$ 170 milhões a partir de 2010. "Queremos saber se a Copel assumiu a dívida integral".

Para o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), a bancada vai solicitar à Mesa Executiva que a tramitação do projeto seja interrompido. Como a Usina é movida a gás boliviano, Rossoni teme que possa se transformar num "elefante branco" porque o fornecimento do combustível pode ser suspenso ou ter os preços reajustados.

O vice-líder do governo, Vanderlei Iensen (PMDB), discorda dos argumentos e garante que a compra é um "belíssimo acordo". Segundo ele, o governo está pagando o valor que a El Paso investiu – U$ 190 milhões –, quando na verdade a norte-americana queria vender suas ações por U$ 827 milhões.

A usina, explica Iensen, poderá funcionar normalmente se o estado investir entre R$ 10 e R$ 20 milhões. "É possível consertar as turbinas para funcionar com o gás que temos", afirmou. Se o estado não tivesse recorrido à Justiça para não cumprir as obrigações do contrato firmado no governo anterior, o deputado afirma que a Copel teria um grande prejuízo, sendo obrigada a desembolsar em 20 anos R$ 3, 4 bilhões.