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O deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente da Comissão de Ética da Câmara, previu que a conclusão dos processos contra os envolvidos no esquema do mensalão só deve sair no próximo ano. Segundo ele, dos 11 processos contra deputados ligados às denúncias do mensalão, apenas um, envolvendo Romeu Queiroz (PTB-MG), será definido antes do recesso parlamentar.

- É difícil. Eu não gostaria de dizer (quantos serão cassados). Nós temos ainda 13 processos. Desses 13, 11 são do esquema do mensalão, aquele problema todo do Banco Rural, do Bando de Minas Gerais. Esses 11 processos estão bem adiantados, com exceção de um, do deputado José Janene, que está hospitalizado. Os outros todos estão bem adiantados. Se nós não formos convocados(extraordinariamente), tenho certeza que a partir do dia 15 de fevereiro nós já poderemos ler os relatórios de pelo menos sete ou oito processos - disse.

Nesta quarta-feira, será votado o processo que prevê a cassação de Queiroz.

- Este ano só do Romeu Queiroz, que vai ser na próxima quarta-feira. Os outros todos ficarão para o ano que vem. Isso se nós não formos convocados. Se formos, alguns casos serão resolvidos já em janeiro.

Izar disse ainda que tem evitado seus colegas da Câmara para evitar pressões que, disse, ocorrem até em forma de ameaças.

- Realmente eu preciso trabalhar, não posso ficar só atendendo deputado. Então, logicamente a gente evita esse contato que é até constrangedor, um deputado vir, chorar. Então nós evitamos isso - disse.

De acordo com Izar, as pressões se dividem basicamente em sentimentais, dos deputados que chegam até a chorar, e em ameaças. Essas pressões, segundo ele, não vêm só dos ameçados de cassação.

- São diversos tipos de pressão. A pressão sentimental, que o deputado chega, pede, chora. Mas tem outros ameaçando, dizendo que vão inventar uma história a meu respeito, que vão procurar saber da minha vida. Isso é normal. Isso não é só dos deputados que estão sendo julgados, talvez até de outros deputados, de grupos políticos. É normal todos os membros do Conselho, principalmente os relatores e o presidente, receberem esse tipo de pressão, mas nós vamos conviver com essa pressão. Estamos fazendo um trabalho bem transparente e justo - disse Ricardo Izar.

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