Condenado do mensalão, o deputado João Paulo Cunha disse ainda que não tem medo de sofrer um possível processo de cassação| Foto: Henry Milleo/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Site para ajudar Delúbio Soares arrecada R$ 1 milhão

O site criado para arrecadar doações e ajudar Delúbio Soares pagar a multa do mensalão arrecadou mais de R$ 1 milhão até o momento. Somente nesta quinta-feira (30), quase R$ 600 mil caíram na conta destinada às doações. Os R$ 1.013.657,26 arrecadados equivalem a mais do dobro do que Delúbio precisava. Ele foi condenado a pagar multa de R$ 466.888,90. O prazo para que ele faça o depósito no Fundo Penitenciário Nacional se encerra nesta sexta-feira (31).

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O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão, diz que ainda não está pensando em renunciar ao cargo na Câmara dos Deputados. Na noite desta quinta-feira (30), ele esteve em Curitiba para o lançamento da revista "A verdade, nada mais que a verdade, sobre a Ação Penal 470", na qual descreve sua versão sobre o caso e alega inocência de envolvimento no esquema.

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"A renuncia é um ato circunstancial, não tenho pensado nisso. Tenho pensado mais em como enfrentar o momento da expedição do mandado de prisão", alegou o deputado, que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e peculato e recorre da condenação de lavagem de dinheiro. Cunha também afirmou não ter sofrido nenhuma pressão do PT para renunciar.

O deputado disse ainda que não tem medo de ser submetido a um possível processo de cassação. "Tenho absoluta segurança de que eu não cometi nenhum ato errado", defendeu. Ele contou que, logo que tiver a prisão decretada, vai entrar com um pedido de liberação para continuar trabalhando como deputado. "Estudo [Direito] de manhã e à tarde tenho meu compromisso na Câmara. Posso muito bem compatibilizar os horários, já que estou no regime semiaberto."

Cunha disse ainda que não descarta a possibilidade de pedir ajuda para pagar a multa de cerca de R$ 370 mil a que foi condenado. "Não tenho como pagar [a multa]. Vamos avaliar, mas, se for o caso, vamos recorrer a uma grande ‘vaquinha’ nacional", contou.

Prisão

Jõao Paulo Cunha voltou a criticar a atitude do ministro Joaquim Barbosa de ter saído em férias sem assinar seu mandado de prisão. "É um absurdo. Se era urgente, porque ele não assinou? Se não era, porque anunciou? Só para que eu ficasse exposto por vários dias? Houve um pouco de crueldade nessa medida", disse. A expectativa é de que Barbosa decrete a prisão de Cunha já na próxima semana, quando o magistrado volta de férias.

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Sobre as últimas declarações do ministro, de que os condenados mereciam o "ostracismo", Cunha respondeu que o magistrado é "uma figura fora do tempo". "Vivemos em um tempo em que não se pode decretar o ostracismo de ninguém", disse. "O ministro acha que pode tudo. Ele pode muito, mas não tudo, principalmente calar qualquer cidadão brasileiro", completou.