Confira entrevista com Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura

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Por que as passagens foram pagas com créditos da Câmara após o senhor ter assumido o ministério da Agricultura?

Era e continua sendo considerado dentro das determinações da Câmara que a cota de passagens pertence ao deputado para que ele ou sua família ou mesmo funcionários dele possam se locomover. Isso sempre foi considerado como regular e até como ético. Se eu imaginasse que poderia ofender a princípios éticos ou até mesmo a sociedade, eu jamais usaria esses recursos. Até porque é tão pouco que não valeria a pena se expor por essa razão.

Por que havia esse crédito da Câmara sobrando?

Era um crédito que eu tinha adquirido no período que exerci o mandato de deputado federal. Houve uma sobra daquele período que poderia ser usada quando deixei de ser deputado. É bom que fique claro: quando eu virei ministro utilizei a sobra daquele crédito e não valores que foram somados posteriormente. Pelas regras da Câmara, tanto pela antiga quanto pela nova, que acaba de ser anunciada pelo presidente Michel Temer, esse crédito é acumulável. Ou seja, se não usar em um mês pode usar no mês seguinte.

Caso o senhor volte ao mandato na Câmara, pretende utilizar de novo a cota para viagens de parentes?

Não. Mesmo porque isso pode ter uma interpretação para a sociedade diferente da interpretação que a Câmara dava e continua dando às cotas. Sempre tomei muito cuidado para não praticar uma série de coisas, mesmo que sejam estritamente legais, porque não considero correto. Nesse caso eu considero correto, mas acho que é uma exposição desnecessária.

Como funcionam as regras para as viagens de avião como ministro?

A viagem como ministro, a serviço ou para a minha localidade de residência, fica por conta do governo. Eu só não posso ir para outro local que não seja minha casa. Na semana passada ocorreu isso e eu paguei a minha passagem.

Como o senhor vê o desfecho dessa história, com as mudanças que serão implantadas pela Mesa Diretora da Câmara?

Isso mostra que eu não estava errado. Afinal, apenas parentes próximos viajaram com a cota e alguns funcionários próximos. Quem usou para viagens ao Exterior, algo que é muito fora desse quadro, realmente errou. Mas não é o meu caso.