Além do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que já se coloca como pré-candidato a presidente da República em 2018, pelo menos outros seis nomes também podem surgir como opções para o eleitorado, especialmente se figuras “tradicionais” do cenário político brasileiro, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o trio de tucanos Aécio, Alckmin e Serra, não se viabilizarem para o próximo pleito. São eles: os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Alvaro Dias (PV-PR); o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB); o ex-prefeito do Rio de Janeiro (PMDB) Eduardo Paes; o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa; e o empresário e apresentador de tevê Roberto Justus. Embora a maioria não tenha confirmado ainda o interesse pela disputa, pesquisas de intenção de voto já os classificam como possíveis nomes.
Integrante do núcleo que brigou de forma aguerrida pelo impeachment de Dilma Rousseff, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) tem começado a se distanciar do governo Temer, que tanto ajudou a viabilizar no ano passado. A qualquer crítica de Caiado a atos do Planalto, aliados do presidente Temer minimizam: “Caiado é candidato em 2018”.
Político experimentado, Caiado sabe, contudo, que ainda não tem o respaldo do próprio DEM, legenda afinada com o governo Temer. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já chegou a ventilar até a possibilidade de apoio a uma reeleição do presidente Temer, a despeito das declarações do peemedebista, contrárias à hipótese.
Outro senador que ficou conhecido pelo histórico de embate contra o PT, mas que agora também prega “independência crítica” em relação ao governo Temer, é o ex-tucano Alvaro Dias (PV-PR). Reeleito com folga para o Senado em 2014, ainda pelo PSDB, o paranaense teria depois migrado para o PV já com os planos de se viabilizar candidato a presidente da República em 2018. No ninho tucano, onde três presidenciáveis já estão hoje de olho no Planalto, ele sabe que não teria espaço.
Desde que saiu do PSDB, contudo, também perdeu influência no Senado. Único parlamentar do PV na Casa, Alvaro não teve apoio, por exemplo, para ser indicado como titular da comissão especial do impeachment, no ano passado. O principal mote do Partido Verde, de proteção ao meio ambiente, também não coincide com a trajetória do ex-tucano, cuja bandeira mais recente, por exemplo, é a restrição ao foro privilegiado.
Outro nome que recentemente foi cotado para 2018 é o do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Surpresa das urnas de 2016, quando derrotou o candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) ainda no primeiro turno, Doria foi alçado pelos tucanos de São Paulo como o “nome da vez”. Há menos de dois meses na administração local, está bem avaliado pelo eleitor, a despeito das medidas controversas que vem tomando no cargo.
Reservadamente, tucanos tratam Doria como uma espécie de “plano B”, já que o atual trio de presidenciáveis tucanos – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) – podem ser fatalmente atingidos pela Operação Lava Jato. O próprio Doria, contudo, tem se encarregado de desestimular os correligionários mais entusiasmados, inclusive para não melindrar seu padrinho político, Geraldo Alckmin.
Outro nome que pode surgir como uma alternativa aos tradicionais figurões da política nacional é Eduardo Paes (PMDB), que deixou a prefeitura do Rio de Janeiro com uma avaliação razoável, parte pelo saldo positivo da Olimpíada, embora não tenha conseguido fazer um sucessor, via Pedro Paulo (PMDB). Por enquanto, os planos de Paes estão voltados ao governo do Rio de Janeiro, mas, na ausência de lideranças do PMDB ainda não implicadas na Lava Jato, Paes pode ser lembrado pelos caciques na disputa pelo Planalto.
Famoso como relator do mensalão no STF, Joaquim Barbosa sempre figura nas sondagens feitas entre os eleitores. O ministro aposentado do STF, contudo, ainda não revelou interesse pelo comando do Executivo. Comportamento oposto teve o publicitário, empresário e também apresentador de tevê Roberto Justus, que abertamente já declarou interesse pela presidência da República. Na esteira da “Era Trump”, partidos políticos estão de olho em candidatos de fora do universo político.
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