O Ministério Público Eleitoral de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, abriu procedimento para confrontar a prestação de contas da última campanha eleitoral do vereador Eraldo Teodoro de Oliveira (PMDB) com afirmações feitas pelo próprio vereador nesta semana, durante sessão da Câmara Municipal. Ao criticar a atual prefeita, Regina Dubay (PR), por não ter cumprido compromissos assumidos durante a campanha, Eraldo revelou que contratou "mais de 100 mulheres" para atuar nas campanhas dele e da prefeita e que as pagou com recursos próprios - prática que pode configurar abuso de poder econômico.
O vereador afirmou que as contratações ocorreram a pedido de Regina e disse que "tal qual o abraço de Judas, acabei por ter que enfiar a mão no bolso para pagar suas despesas de campanha, além da minha, e até agora não fui reparado". A assessoria de imprensa da Prefeitura nega as acusações e informou que "a prefeita desconhece as contratações e que está aberta a colaborar com a promotoria para transparência da verdade".
A promotora eleitoral Rosana Araújo de Sá Ribeiro Pereira afirma que, se ficarem comprovadas as contratações e a não inclusão dos gastos na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, o MPE vai investigar o número de cabos eleitorais contratadas e o respectivo percentual em relação ao eleitorado, podendo oferecer denúncia à Justiça, contra o vereador, por abuso de poder econômico, além de oficiar a Receita Federal para averiguar suposta sonegação de impostos. Rosana vai convocar inicialmente o vereador para ser ouvido na próxima semana sobre as supostas contratações.
A condenação, após trânsito em julgado, por abuso do poder econômico gera a inelegibilidade para qualquer cargo eletivo por três anos, contados do término da legislatura, dentro da qual era exercido o mandato, conforme a legislação.
"Aquilo roxo"
As revelações de Eraldo, que é advogado na cidade, foram feitas durante sessão na Câmara. O discurso do vereador havia sido previamente escrito. Além revelar as contratações, ele afirmou que a prefeita ofereceu empregos em troca de apoio eleitoral durante a campanha e disse que teria como provar a oferta.
Insatisfeito por ter não receber apoio do grupo liderado pela prefeita na disputa pela presidência do legislativo neste ano - cargo que ocupava no mandato passado -, Eraldo passou da condição de aliado à de opositor do atual governo, cobrando as supostas promessas feitas pelas prefeita. "Em política, só cumpre compromisso quem realmente tem fio de bigode, honra as calças que veste - no caso, incluir aqui o vestido, a calcinha, e, ainda ter aquilo roxo", disse, durante sua fala no plenário.
Procurado para falar sobre o assunto, o vereador não atendeu às chamadas direcionadas a seu celular. Ele também não foi localizado em seu escritório e no gabinete que ocupa no legislativo.
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