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Um confronto entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e camponeses ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), nesta segunda-feira, em Buritis (MG), deixou 16 feridos e levou nove pessoas para a cadeia. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, dois dos envolvidos no confronto, um militante do MST e outro da Fetraf, sofreram ferimentos mais graves e foram transferidos para hospitais de Brasília.

O enfrentamento ocorreu porque desde a semana passada um grupo de sem-terra ocupou o lote que pertence a pequenos agricultores da Fetraf e onde está sendo construído o projeto de assentamento Mãe das Conquistas, numa área ambiental. Integrantes do MST e da Fetraf tentaram um entendimento nesta segunda-feira. A conversa entre os dois grupos começou de manhã, mas, às 15h, houve um desentendimento que terminou em pancadaria.

A Polícia Militar informou que não havia ninguém armado e que os instrumentos usados na briga foram pedaços de pau, foices e facas. Soldados da PM tiveram que intervir na briga e os detidos foram encaminhados para a delegacia da Polícia Civil de Buritis. Até o início da noite, o impasse não tinha sido resolvido, mas o clima era tranqüilo, segundo a PM. Para solucionar o problema estava sendo aguardado um funcionário da Ouvidoria Agrária Nacional, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e que tem como finalidade mediar conflitos de terra no país.

O noroeste de Minas Gerais, onde Buritis está localizada, é uma região marcada pela violência no campo. No ano passado, em Unaí, três fiscais do Ministério do Trabalho foram assassinados quando fiscalizavam irregularidades nas fazendas da região, como exploração de mão-de-obra de trabalho escravo. Em Buritis, fica localizada a fazenda que pertenceu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que chegou a ser invadida pelos sem-terra durante o governo do tucano. Os invasores foram retirados à força pela Polícia Federal.

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