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O segundo dia de vigor da lei que estabelece vagões exclusivos para mulheres nos trens e no metrô do Rio começou com muito constrangimento e confusão. A fiscalização para o cumprimento da legislação teria resultado em agressão na estação de trem de Realengo na manhã desta terça-feira. Dois homens que estavam em um grupo de seis estudantes teriam sido agredidos por seguranças da Supervia na estação. Segundo o estudante de enfermagem Messias Novaes, de 28 anos, o grupo entrou por engano no vagão exclusivo e agentes da Supervia o agrediram e também a seu amigo, Miguel Ângelo Petrami, com empurrões e socos. Eles registraram a queixa na 33ª DP (Realengo).

- Nós não percebemos que entramos no vagão exclusivo por causa da confusão de entrar e procurar uma vaga para sentar. Nós entramos, sentamos, começamos a conversar e não percebemos que era um vagão exclusivo para mulheres. Nós fomos obrigados a sair de forma grosseira. Empurraram, nos seguravam e nos jogaram para fora do trem - disse.

De acordo com os estudantes, a advertência só foi dada cinco estações depois do embarque, e eles não eram os únicos que estavam no vagão exclusivo.

- Chegou um rapaz da Supervia e já foi pegando pelo braço e empurrando. Eu atravessei a plataforma toda e quase caí do outro lado, na linha do trem - lembra Messias Novaes.

Mais cedo, um mal-entendido nos vagões exclusivos também levou três homens à delegacia de Realengo. Eles foram registrar ocorrência contra a SuperVia. Segundo policiais, os homens teriam se sentido constrangidos ao serem obrigados a abandonar o vagão, cujo adesivo nas portas informa ser exclusivo para o público feminino. Apesar da queixa na delegacia, não teria havido briga no vagão. Policiais do Batalhão Ferroviário também foram à delegacia para prestar depoimento.

Nessa segunda-feira, no primeiro dia de vigor da lei, as usuárias haviam aprovado o carro exclusivo, mas queixavam-se da invasão masculina. Alguns homens entravam no vagão sem perceber a tarja cor de rosa que identifica o vagão feminino. A lei, de autoria do presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), obriga a SuperVia e o Metrô Rio a destinarem vagões somente para mulheres nos horários das 6h às 9h e das 17h às 20h, nos dias úteis.

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