O Congresso não vai aprovar aumento de impostos se o governo não apresentar um plano concreto de controle de gastos futuros. Essa é a avaliação do senador Romero Jucá (PMDB - RR) após encontro com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, nesta quinta-feira (11).

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“O Congresso não irá votar, na minha avaliação, aumento de receita sem antes ter efetivamente uma discussão das despesas e do que vai ocorrer no futuro”, disse senador.

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“Um aumento de impostos isolado é algo difícil de ocorrer no Congresso se não vier acompanhado de outras ações que demonstrem que governo fez o dever de casa”, completou Jucá, referindo-se à recriação da CPMF, na qual o governo aposta suas fichas em ano de recessão e receitas magras para tirar as contas do vermelho.

Amputação

O titular da Fazenda esteve reunido pela manhã com a presidente Dilma Rousseff e outros ministros que compõem a chamada junta orçamentária – Casa Civil e Planejamento – para definir números e a estratégia de anúncio do contingenciamento de gastos.

A orientação do Planalto foi de adiar a apresentação do corte, que sairia amanhã por força do fim do prazo do último decreto. A solução será publicar outro decreto provisório, limitando as despesas dos ministérios com custeio e investimento, e anunciar um definitivo em março, acompanhado de medidas de ajuste nas contas.

“Acho que o governo já fez um orçamento bastante realista. Portanto, qualquer contingenciamento hoje será difícil de fazer, porque sobrou pouca coisa que possa ser cortado. Acho que não tem mais gordura para cortar, agora vai ter que cortar membro. Vai ser uma amputação, não uma lipoaspiração”, disse o senador.

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Jucá disse a Nelson Barbosa que discorda da meta de superavit de 0,5% do PIB, por não ser factível, e defendeu uma “meta zero”.

O senador também defendeu, durante a conversa, que não se mexa nas reservas cambiais do país. “A minha posição é que as reservas devem permanecer intocadas, porque é uma garantia que o governo tem.”