Diante de uma plateia de empresários, os principais dirigentes da Câmara e do Senado fizeram críticas neste domingo (19) à condução do governo de Dilma Rousseff, ao processo de discussão do ajuste fiscal e à atuação do PT no Congresso.
Os discursos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e de Romero Jucá (PMDB-RR), vice-presidente do Senado, evidenciaram o distanciamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso, apesar dos esforços de Dilma para reconstituir sua base aliada – como a indicação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para o comando da articulação política.
Cunha afirmou que pretende ampliar a independência da Câmara em relação ao Planalto e justificou que os governos do PT não se caracterizam por um processo de formação de alianças, mas de “submissão”.
“Nunca existiu sob o PT um presidencialismo de coalizão. Sempre houve um processo de submissão: ou você concordava em estar submisso ou você não era um aliado”, disse. “Se houvesse uma coalizão, as crises políticas não existiriam ou seriam muito mais facilmente contornadas”. O presidente da Câmara declarou ainda que o governo falhou na apresentação do ajuste fiscal e indicou que esse processo ampliou a desconfiança do país em relação ao governo.
O vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que discursou em nome do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o governo federal perdeu sua credibilidade e apontou que o Congresso deve tomar as rédeas da recuperação da economia brasileira.
“O Brasil é maior que o governo e é maior que qualquer crise. Estamos trabalhando hoje em harmonia, o Senado e a Câmara. Vamos ser a vanguarda daquilo que precisa mudar no país. O Congresso se acostumou a ser puxado pelo Executivo, mas isso não vai mais acontecer”, afirmou Jucá.
O senador, que apoiou Aécio Neves em 2014, disse que o Planalto tomou decisões políticas e econômicas equivocadas após a reeleição de Dilma e criticou até a política externa dos governos petistas.
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