O ano não tem sido fácil para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De março até aqui, o ex-presidente viu seu nome cair no centro de um esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato e em outras investigações pelo país.
Nove meses depois da condução coercitiva, realizada em março deste ano pela Polícia Federal, Lula já responde a cinco ações penais diferentes. Duas delas trazem a suspeita de corrupção envolvendo imóveis ligados ao ex-presidente, além de outras investigações com o mesmo teor.
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Leia a matéria completaVeja quais são as principais suspeitas envolvendo imóveis do ex-presidente e em que pé estão as investigações relacionadas a cada um deles.
Tríplex no Guarujá
O tríplex no Guarujá foi o primeiro imóvel relacionado a Lula a virar o ponto central de uma ação penal na Lava Jato. O processo corre em Curitiba, sob os cuidados do juiz federal Sergio Moro.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lula teria recebido “benesses” da empreiteira OAS – uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras – em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris.
O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.
Os procuradores da Lava Jato acusam na Justiça Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma – a defesa do petista nega taxativamente.
Terreno em São Paulo
Nesta semana Moro aceitou uma nova denúncia envolvendo Lula na Lava Jato. Desta vez, um dos objetos da denúncia é a compra, pela Odebrecht, de um terreno em São Paulo para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.
Apesar do negócio não ter sido concluído – o Instituto não foi construído lá, Moro aceitou a denúncia em que o MPF alega que a compra foi realizada como forma de pagamento de propina da empreiteira ao ex-presidente.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira (21), três delatores da Odebrecht confirmaram as suspeitas do MPF.
Apartamento em São Bernardo do Campo
Na mesma denúncia que envolve a compra do terreno para o Instituto Lula, o MPF também coloca sob suspeita o aluguel de uma cobertura em São Bernardo do Campo, onde mora o ex-presidente.
De acordo com a denúncia, a cobertura, que foi utilizada por Lula, foi adquirida no nome de Glaucos da Costamarques – parente do pecuarista e amigo pessoal do ex-presidente José Carlos Bumlai –, que atuou como testa de ferro de Lula. Em seguida, um contrato de aluguel foi assinado pela ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva para a utilização do imóvel, mas segundo os procuradores, o aluguel nunca foi pago.
Sítio em Atibaia
A Lava Jato investiga ainda a real propriedade de um sítio em Atibaia, frequentado por Lula e sua família. Em março, uma perícia da Polícia Federal no local revelou que só havia objetos do ex-presidente no imóvel, o que indicaria que ele é o real proprietário do sítio Santa Bárbara.
O imóvel está em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho, mas de acordo com o laudo, a PF não encontrou indícios de ocupação dos dois no local. A PF investiga se a propriedade teria sido repassada a Lula como forma de pagamento de propina da corrupção na Petrobras.
O ex-presidente nega ser o proprietário do sítio e diz que a propriedade foi disponibilizada por amigos para que ele tivesse onde descansar.
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