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Pedido de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi instaurado no Conselho de Ética no início desta semana | Lula Marques/Agência PT
Pedido de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi instaurado no Conselho de Ética no início desta semana| Foto: Lula Marques/Agência PT

Vinte e um dias após ser protocolado pelo PSOL e pela Rede, o pedido de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi instaurado no Conselho de Ética no início da semana passada.

O peemedebista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e também suspeito de esconder contas na Suíça em seu nome e de sua esposa, Claudia Cruz.

Cunha, porém, não é o primeiro presidente da Câmara ou do Senado que se envolve em um escândalo. Pelo menos outros sete já passaram por isso:

1 - Severino Cavalcanti

Claudio Versiani

O deputado impôs uma das maiores derrotas políticas do governo Lula ao vencer a disputa pela presidência da Câmara em fevereiro de 2005. Em setembro do mesmo ano, porém, Calvalcanti (PP-PE) renunciou à presidência e a seu mandato depois de ser acusado de cobrar propina de R$ 10 mil para prorrogar a concessão de uma lanchonete da Casa legislativa.

2 - José Sarney

Arquivo/Senado

Em 2009, no comando do Senado, Sarney (PMDB-AP) foi protagonista do escândalo dos atos secretos, em que 511 medidas administrativas deixaram de ser publicadas. O caso motivou dez representações contra Sarney, todas arquivadas pelo Conselho de Ética da Casa, na época controlado por aliados.

Parentes de Sarney e de vários outros senadores foram contratados e exonerados da Casa por meio desse mecanismo. Apesar da crise, acabou reeleito para o Senado em 2011.

3 - Renan Calheiros

Jane de Araújo/Agência Senado

Antes das suspeitas de que recebeu propina no escândalo do Petrolão, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) já havia sido acusado, em 2007, de usar laranjas para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.

Na época, foi aberto um processo de cassação contra Renan, que renunciou à presidência do Senado. No mesmo dia em que abdicou do posto, foi livrado da cassação pelos colegas. Cinco anos depois, ele voltou à presidência da Casa, que ainda ocupa.

4 - Paes de Andrade

Luiz Alves

Paes de Andrade (PMDB-CE) foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1989 e 1991. Neste período, o peemedebista assumiu, interinamente, por 11 vezes a presidência da República, de acordo com informações do site da Câmara.

Em uma das ocasiões, o peemedebista convidou parentes, aliados e amigos para voar no avião presidencial de Brasília até a sua cidade-natal, Mombaça (CE), quando assumiu o comando do país interinamente na ausência de José Sarney. O episódio rendeu-lhe o apelido de Mombacinha".

Paes de Andrade morreu em junho deste ano.

5 - Ibsen Pinheiro

Fabio Pozzebom/ABr

Presidente da Câmara entre 1991 e 1993, foi Pinheiro (PMDB-RS) quem recebeu o pedido de impeachment de Fernando Collor em 1992. Ele acabaria cassado em 1994, após ser acusado de envolvimento no escândalo dos Anões do Orçamento, que revelou desvio de verbas do Orçamento por deputados.

Inelegível por 8 anos, ele voltou a se eleger vereador de Porto Alegre em 2004 e deputado estadual do Rio Grande do Sul em 2006.

6 - Jader Barbalho

Waldemir Barreto/Agencia Senado

Jader (PMDB-PA) era presidente do Senado quando foi acusado de desviar recursos da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Acabou renunciando à presidência da Casa em setembro de 2001 e, no mês seguinte, também ao seu mandato de senador, o que evitou que fosse cassado.

Reeleito senador em 2011, Jader agora é acusado de receber propina no escândalo da Petrobras.

7 - João Paulo Cunha

Henry Milleo /Gazeta do Povo

Presidente da Câmara de 2003 a 2005, Cunha (PT-SP) foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão pelos crimes de corrupção passiva e peculato (desvio de dinheiro público). As irregularidades foram cometidas quando Cunha estava no comando da Casa, mas ele só foi denunciado após o período de sua presidência, cumprida até o fim.

Cunha foi preso em 2014, quando renunciou a seu mandato de deputado. Hoje, cumpre a pena no regime semi-aberto.

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