Alçado ao posto de secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após mais de 40 anos como funcionário da Casa, Silvio Avelino ainda demonstra fidelidade ao antigo chefe. Demitido por Waldir Maranhão (PP-PI), às vésperas do fim de seu curto período no comando da Casa, Avelino se tornou símbolo da disputa entre o grupo de Cunha e seus adversários, chegando a ser citado no discurso em que Rogério Rosso (PSD-DF) pediu votos para a presidência da Casa.
O ex-secretário-geral chegou à Câmara aos 15 anos, carregando papeladas para deputados, como aprendiz. Passou por funções das mais diversas, como datilógrafo, assistente de plenário e assistente administrativo, mas acabou focando seu trabalho nas comissões da Casa.
Jogador de futebol frustrado, até hoje Silvio pratica o esporte religiosamente aos domingos, na categoria “cinquentão”, Silvio foi avisado por Mozart Vianna, seu antecessor, de que Cunha o escolhera para o cargo em fevereiro de 2015.
Ao contrário do que acusam os adversários do peemedebista, Avelino diz que Cunha nunca lhe pediu que elaborasse um parecer contrário ao regimento e nega manobras no Conselho de Ética para favorecê-lo no processo de cassação, o mais longo da História.
“Todos os pareceres foram absolutamente técnicos. Quem chama de manobra quer tirar proveito de determinada situação que não lhe atende”, diz.
Para Chico Alencar (PSOL-RJ), Silvio foi “vítima” do poder imperial do peemedebista: “Um dos legados nefastos da era Cunha foi a subordinação absoluta de servidores da Casa aos interesses imperiais dele e de seu grupo. Sei de pareceres, vários técnicos, que contrariavam a decisão do Cunha e foram ignorados.”
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”