O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que será reaberto nesta quinta-feira (28), terá 70% de renovação dos participantes. No entanto, a lista oficial, que será publicada no Diário Oficial da União (DOU), ainda não está totalmente fechada, já que a presidente Dilma Rousseff, mesmo em viagem no exterior, avisou que faz questão de verificar mais uma vez todos os nomes.

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A composição final do Conselhão deve ser de 45 empresários, 20 representantes dos trabalhadores e 25 da sociedade civil. O ex-presidente do PC do B, Renato Rabelo, será o secretário-executivo do novo grupo.

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, está ainda hoje fazendo ligação e convites para o evento de na quinta-feira, marcado para as 14h30. O certo é que nomes como o do presidente da Construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o pecuarista José Carlos Bumlai, que faziam parte da antiga composição do órgão, não farão parte do grupo já que ambos foram presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

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O grupo não terá mais a presença de comandantes de empreiteiras, mas de instituições que representam o setor, como o engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e Wilson Ferreira Júnior, da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

Alguns empresários continuarão no grupo, como o banqueiro Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, mas outros se juntarão, como Roberto Setúbal, do Itaú, Jorge Paulo Lemann, da Ambev, José Roberto Ermírio de Moraes, da Votorantin, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, Frederico Curado, da Embraer, e Cláudia Sender, da TAM. Murilo Ferreira, da Vale, e Benjamin Steinbruch, da CSN, permanecerão no Conselhão, assim como Luíza Trajano, do Magazine Luiza.

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, comemorou o fato de pela primeira vez o órgão ter espaço no Conselhão. “Toda esta operação para financiar os pequenos pode ajudar a segurar as pontas dos empregos. No curto prazo, pode ser determinante para ajudar a desempregar menos e não desempregar mais”, disse. Até agora, lembrou, só os grandes empresários estavam representados. “Todos são importantes. Mas, neste momento, os pequenos são mais”, declarou.

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A reunião de amanhã, que será aberta à imprensa, deve ter a fala dos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, além do próprio Jaques Wagner, a quem caberá fazer o discurso de abertura.

Há a possibilidade de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também faça uma declaração.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, que tem sido criticado por declarações polêmicas, chegou a integrar a lista de ministros que poderia discursar no evento. No entanto, a fala sobre os esforços do governo no combate ao zika vírus ficará a cargo da própria presidente - que fará o encerramento da reunião.

Além dos ministros, a previsão é que mais oito dos cerca de 90 participantes do grupo falem na reunião. Pelo lado do empresariado terão voz no encontro: Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Luíza Trajano, do Magazine Luiza, e o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

Os três já integravam o Conselhão. Além disso, haverá fala de representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da CUT, da Força Sindical e da Contag.

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Discursos

O governo está cauteloso em relação aos discursos, pois não quer criar a expectativa de que a reunião seja para fazer anúncio de medidas. Entretanto, o ministro da Fazenda deve anunciar, conforme publicado no jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira, a liberação de cerca de R$ 50 bilhões em linhas de crédito do Banco do Brasil, BNDES e Caixa (incluindo recursos do FGTS) no esforço para a retomada dos investimentos e do crescimento da economia.

O governo também usará a reunião para anunciar a ampliação de linhas do BNDES para financiar o “pré-embarque” dos exportadores, que são linhas que apoiam a produção de bens e serviços destinados à exportação. A presidente quer que o comércio exterior seja um dos caminhos apontados para reativar a economia.

Inicialmente, a ideia do governo era aproveitar a reunião para apresentar as primeiras diretrizes econômicas do governo para 2016, para sinalizar o que será feito para a retomada do crescimento do País. Mas o Planalto decidiu que é melhor evitar que a reunião seja usada para anúncio de medidas para não mudar o foco do Conselho, que tem por objetivo ouvir sugestões dos diferentes segmentos da sociedade e não fazer comunicados do governo.

O encontro recebeu como título “Caminhos para a retomada do desenvolvimento”. Em sua fala de abertura, Jaques Wagner deve ressaltar que o principal objetivo do Conselhão é promover o “diálogo social” e destacar que o formato é utilizado em diversos países.

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Após a reunião de amanhã, a previsão é de que sejam formados alguns grupos de trabalho para assessorar a presidente na formação de políticas públicas que ajudem na retomada do crescimento do Brasil.