Testemunhas
Quem são os escolhidos de André Vargas para depor no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados:
Carlos Alberto Gebrim Preto (PT) prefeito de Apucarana. É esperado hoje.
João Carlos Peres (PDT) prefeito de Alvorada do Sul. É esperado hoje.
Altair José Zampier (PR) prefeito de Pitanga. Deve comparecer na semana que vem.
Ênio Verri (PT, foto) deputado estadual e presidente do partido no Paraná. Informou que pode depor nos dias 6 ou 13 de agosto.
Roberto Vezozzo empresário de Londrina. Deve falar no dia 15 de julho.
Cleide Amorim funcionária do gabinete de Vargas na Câmara dos Deputados. Pode ser substituída por outra testemunha, como estratégia da defesa.
Luiz Gustavo Rodrigues Flores advogado em Curitiba. Não se manifestou.
Alberto Youssef doleiro preso durante a Operação Lava Jato. Deporia por videoconferência na semana passada, mas a participação foi cancelada.
Dois prefeitos do interior do Paraná devem abrir hoje a fase de depoimentos das testemunhas de defesa no processo contra o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara. O advogado do parlamentar, Michel Saliba, informou ontem que espera pelo comparecimento de Carlos Alberto Gebrim Preto (PT), de Apucarana, e João Carlos Peres (PDT), de Alvorada do Sul. As oito testemunhas indicadas pelo ex-petista têm vínculo com o Paraná.
Vargas é investigado por suposto favorecimento do doleiro Alberto Youssef em negócios com o governo federal. Youssef é pivô de um esquema bilionário de dinheiro apurado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e está preso desde março em Curitiba. O deputado é suspeito de intermediar negócios do laboratório Labogen, de propriedade do doleiro, com o Ministério da Saúde.
O elo entre os dois veio à tona com a divulgação de que Vargas viajou com a família para o Nordeste em um avião arranjado por Youssef. "Essa é a única história que move o processo atualmente. O André já admitiu essa situação e, se merece ser cassado por usar o jatinho de um particular, outros 300 deputados estão na mesma situação", afirma Saliba.
Oitivas
A etapa de depoimentos das testemunhas indicadas pelo relator do processo, Júlio Delgado (PSB-MG), acabou na semana passada. Nela, o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) defendeu o colega e disse que Vargas não fez lobby para o Labogen. Já um dos sócios da empresa, Leonardo Meireles, confirmou que o deputado paranaense ajudou nos contatos com o Ministério da Saúde.
Das demais seis testemunhas de defesa, Saliba disse que apenas uma não se manifestou sobre quando poderá depor o advogado Luiz Gustavo Rodrigues Flores. Youssef falaria com os membros do Conselho por videoconferência na semana passada, mas a audiência foi cancelada por decisão do juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná. O depoimento do prefeito de Pitanga, Altair José Zampier (PR), deve acontecer na semana que vem.
De acordo com o advogado, o empresário Roberto Vezozzo informou que pode comparecer no dia 15 de julho. Já o presidente do PT paranaense e deputado estadual, Ênio Verri, apresentou disponibilidade para 6 ou 13 de agosto. Saliba cogita substituir o último nome relacionado, Cleide Amorim, funcionária do gabinete de Vargas em Brasília.
Impasse
No caso das indicações da defesa, a Câmara não paga pela passagem nem pela hospedagem em Brasília. Com receio de que o processo se estenda, o relator Júlio Delgado adiantou que deve pedir a redução do número de testemunhas para tentar viabilizar a entrega do relatório sobre o caso até 17 de julho, último dia antes do recesso parlamentar. A defesa não deve aceitar o pedido.
Saliba afirmou que a estratégia de escalar apenas testemunhas paranaenses é uma forma de mostrar ao Conselho que Vargas tinha relacionamento com o "empresário" Youssef e não com o "doleiro", supostamente envolvido em ilegalidades. "Ele não tinha como saber se Alberto Youssef fazia ou não remessa ilegal de recursos para o exterior", sustentou o advogado.
Deixe sua opinião