As supostas fraudes em concursos públicos em administrações municipais paranaenses, denunciadas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, serão alvo de investigação por parte do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR). Empresas sediadas em Curitiba, Maringá e Francisco Beltrãoforam mencionadas na reportagem. Caso as irregularidades forem comprovadas, elas podem ter o registro suspenso por cinco anos pelo órgão.
"A primeira providência será o levantamento de toda a atuação dessas empresas nos últimos cinco anos, reunindo documentos como extratos, editais e relações de aprovados nos concursos públicos por elas promovidos", afirma o presidente do CRA-PR, administrador Gilberto Serpa Griebeler, em nota encaminhada à imprensa.
As empresas citadas pelo Fantástico são RCV Comércio e Materiais para Concursos Ltda (de Curitiba), Cescar Concursos Públicos Ltda (de Maringá) e DP Centro de Excelência em Educação Ltda (de Francisco Beltrão). Além de averiguar as irregularidades, o CRA-PR vai investigar as condutas dos responsáveis técnicos das empresas, sob o ponto de vista ético. Neste caso, as sanções previstas vão de uma simples advertência escrita até multa e cancelamento do registro profissional.
Segundo nota emitida pelo CRA-PR, o resultado das apurações será enviado ao Ministério Público do Paraná. As investigações atendem a uma recomendação do Conselho Federal de Administração, que considera obrigação legal de defender a sociedade na fiscalização do exercício profissional.
As denúncias
Segundo as denúncias veiculadas pelo Fantástico, o esquema de fraude em concursos públicos era usado para beneficiar candidatos às vagas que eram ligados a políticos, principalmente familiares e assessores. As três empresas paranaenses mencionadas já realizaram concursos em 40 municípios do estado.
Na reportagem, uma representante da empresa de Francisco Beltrão afirma que até cinco candidatos poderiam ser aprovados de forma irregular por meio do esquema. Funcionários das empresas sediadas em Curitiba e em Maringá revelavam que os cartões-respostas poderiam ser trocados para beneficiar os candidatos indicados no esquema.
A assessoria de imprensa do Ministério Público do Paraná (MP) informou que a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público deve requisitar oficialmente uma cópia com a gravação da reportagem para decidir o que será feito oficialmente. O MP destacou que estão em andamento investigações sobre irregularidades em concursos públicos. No entanto, não há um levantamento sobre quantas são, nem de que cidades tratam.
A Câmara Municipal de Jataizinho, no Norte do Paraná, suspendeu o concurso público realizado no último domingo por uma das empresas envolvidas em um suposto esquema de fraudes. O concurso foi aberto para o preenchimento de cinco vagas, entre elas, a de advogado.
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