Conselho de Ética da Câmara volta a analisar o caso Eduardo Cunha,| Foto: Lula Marques/Agência PT

O Conselho de Ética aprovou o relatório prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). A admissibilidade foi aprovada, em votação no painel, por 11 votos favoráveis e nove contrários.

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TEMPO REAL: Veja como foi a sessão que abriu o processo contra Cunha

Minutos antes da votação, aliados de Cunha chegaram a procurar seus adversários no Conselho para tentar fazer um acordo e jogar para esta quarta (16) a votação da admissibilidade do processo. O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), considerou que não houve consenso sobre a proposta do deputado Paulo Azi (DEM-BA) de buscar um acordo de adiamento desde que não houvesse obstrução na sessão de amanhã.

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O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) foi procurado pelos deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e André Moura (PSC-SE) que teriam, segundo Delgado, oferecido a possibilidade de voltar atrás de todas as ações para barrar o processo na Casa em troca do adiamento. Para isso, queriam a votação do parecer prévio na quinta-feira (17). Eles temiam a votação do parecer de Marcos Rogério exatamente no dia da busca e apreensão nas casas do peemedebista.

Segundo fontes, Cunha deu ordem para seus aliados retirarem todos os três requerimentos de adiamento da sessão e “irem para o pau”.

Em plenário, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) disse que os aliados de Cunha tinham a orientação de votar com o relatório, mas devido à não concessão de vista, eles optaram por votar contra o parecer prévio.

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O caso

Cunha é alvo de uma representação porque, em uma sessão da CPI da Petrobras, realizada em 12 de março último, ao ser questionado se teria alguma conta bancária fora do Brasil, o peemedebista respondeu: “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”.

Mas, investigação do Ministério Público da Suíça, iniciada em abril, revelou que lá existem contas bancárias em nome de Cunha e familiares. Das quatro contas encontradas, duas foram fechadas em abril de 2014, logo após a deflagração da Operação Lava Jato. As outras duas foram bloqueadas em abril deste ano com saldo de 2,5 milhões de dólares.

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