PSOL pede apuração de nova denúncia contra Renan
A bancada do PSOL decidiu em reunião nesta terça-feira (4) que pedirá ao Conselho de Ética do Senado a inclusão das novas denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), no processo por quebra de decoro parlamentar que trata de suposto favorecimento por parte do senador à cervejaria Schincariol.
Os parlamentares do partido devem pedir informações à Polícia Federal sobre a denúncias na quinta (6) de manhã e, à tarde, devem formalizar o pedido de aditamento ao Conselho de Ética do Senado.
Líderes concordam que processo de Renan seja votado com rapidez
Os líderes do PSDB, do DEM e do PT concordaram, em debate de plenário, que seja acelerada a votação do processo a que responde o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A manifestação foi apresentada depois que o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), propôs que o Senado decida o rito a ser seguido nos próximos dias.
O Conselho de Ética do Senado vota nesta quarta-feira (05) os relatórios pró e contra a cassação do mandato do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas por lobista. A tendência é de que a cassação seja aprovada por dez votos a cinco. Se isso acontecer, o caso segue ainda nesta quarta-feira para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A previsão é de que a votação definitiva no plenário, com voto fechado, possa acontecer já na semana que vem. Mas, se houver pedido de vista na CCJ, a conclusão do processo pode ser adiada.
Ao chegar ao Congresso na manhã desta quarta-feira, Renan disse que é preciso ter calma.
- Vamos ganhar. É ter calma - afirmou.
Na véspera, Renan fugiu dos questionamentos do colegiado e preferiu fazer um discurso de ataques, sem direito a apartes, no plenário, em mais uma sessão de constrangimentos. O presidente do Senado manifestou seu descontentamento com a votação aberta, dizendo que é inconstitucional. Depois do discurso, da Mesa de presidente, travou uma áspera discussão com os senadores que reagiram à sua crítica ao voto aberto no Conselho.
Renan mostrou insatisfação com o fato de nenhum aliado ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que seria uma indelicadeza que ele mesmo tivesse que fazê-lo. E, em vez de rebater os oito pontos listados no relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), como quebra de decoro parlamentar, Renan preferiu atacar a Editora Abril, que publica a revista "Veja".
- O que restou de tantas acusações? Viraram pó. Essas mentirinhas vão envenenando o ambiente e sempre encontram um sócio político para ecoá-las.
No mesmo dia, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou que vai votar pela cassação. O 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) disse que Renan tem condições de derrotar no plenário o relatório que pede a sua cassação, caso seja aprovado no Conselho. A tropa de choque do senador já desistiu de novas manobras protelatórias em relação ao processo .
- A previsão de alguns é que ele (Renan) vença em Plenário - disse Tião Viana.Funcionária de Renan atribui denúncia de ex-marido a separação do casal
Por orientação dos advogados de defesa de Renan, a ex-mulher do advogado Bruno Miranda Ribeiro Brito Lins - que acusou o presidente do Senado de envolvimento num esquema de propina e desvio de R$3 milhões em ministérios comandados pelo PMDB - , a chefe de cerimonial do Senado, Flávia Garcia, apareceu na terça-feira para dar sua versão do caso. Ela acusou o ex-marido de usar a fragilidade de seu chefe para obter vantagens no processo de separação litigiosa. Os dois estão separados oficialmente desde março de 2006 e o depoimento prestado por Bruno foi feito à Polícia Civil ano passado.
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