Vereador Algaci Túlio| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Hinça: três faltas sem justificativa.

O Conselho de Ética do PMDB em Curitiba abriu ontem um processo disciplinar contra o vereador Algaci Túlio, que recebeu verba de publicidade da Câmara de Vereadores de Curitiba. O procedimento pode acabar com a expulsão do parlamentar do partido. Algaci foi denunciado na série de reportagens Negócio Fechado, da Gazeta do Povo e RPCTV e admitiu ainda comprar notas fiscais para justificar a verba. O pedido de afastamento foi protocolado pelo presidente paranaense da Fundação Ulysses Guimarães, Rafael Xavier, que é suplente do PMDB.

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Na tarde de ontem, o presidente do diretório municipal do PMDB, senador Roberto Requião, entregou a solicitação ao presidente do Conselho de Ética, Renato Marin. Como o procedimento foi aceito, foi designada Fátima Jacob, que faz parte do diretório, como relatora. Ela terá a responsabilidade de analisar as denúncias contra Algaci Túlio.

O vereador será convocado pelo partido a apresentar defesa em até 15 dias. "Foi uma reunião técnica. Pedimos que as partes envolvidas não participassem", esclareceu o secretário-geral da legenda na capital, Doático Santos. A previsão é que o Conselho de Ética defina pelo afastamento ou não de Algaci até o fim de junho.

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O vereador foi procurado nesta quarta, mas disse que não queria comentar a abertura do processo de expulsão pelo PMDB. "Vou esperar ser notificado para tomar as devidas providências", limitou-se a dizer por telefone.

Oposição

O líder da oposição ao prefeito Luciano Ducci (PSB) na Câmara de Vereadores de Curitiba, Jonny Stica (PT) desmentiu o boato de que Algaci Túlio seria afastado da vice-liderança da oposição no Legislativo depois da série de reportagens. Mas ele não descartou que isso seja ser discutido futuramente. "Não discutimos isso na bancada. Teremos na semana que vem uma reunião para tratar sobre todos os assuntos envolvendo as denúncias", completou.

Outro envolvidoDiretório municipal do PSD absolve vereador Roberto Hinça

Vinicius Boreki

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O vereador Roberto Hinça não será punido pelo PSD pelas irregularidades apresentadas contra o vereador na série Negócio Fechado, da Gazeta do Povo e RPC TV. Laércio Men, sócio da empresa Men & Cia, contratada pela Câmara Municipal de Curitiba, emitiu três notas fiscais de R$ 12 mil cada – na data que consta na última das notas, ele estava lotado no gabinete do vereador. Logo após as denúncias, Hinça foi retirado da condição de líder do prefeito Luciano Ducci (PSB) na Câmara Municipal de Curitiba.

Depois de uma reunião de duas horas, o PSD considerou os fatos esclarecidos e não encontrou problemas na conduta do parlamentar. "Pelos esclarecimentos prestados por ele, fica claro que ele agiu de acordo com o Código de Ética do partido", explica o presidente do Conselho de Ética do diretório municipal da legenda, Luiz Chemim Guimarães. Segundo Chemim, Hinça mostrou que não recebeu as verbas da publicidade. "Se houve problema, ocorreu entre Laércio e a Câmara. O vereador não tem vinculação", afirmou. Com isso, Hinça não deve receber nenhuma sanção do partido. "O Conselho se deu por satisfeito com as explicações dadas por ele", completou Chemim.

"Nunca recebi"

O vereador considerou normal a decisão do partido. "Tinha solicitado ao partido a oportunidade de esclarecer a situação. O fato de ter tido, ao longo do mandato, um assessor profissional de veículos de comunicação não configura irregularidade", diz Hinça. "Nunca recebi verba com essa relação. Ele [Laércio] prestou serviços, conforme a escolha da agência que representava a Câmara", diz.

Hinça revela ter pedido para sair da função de líder para não tumultuar o ambiente. "Pedi para que ele [Ducci] me tirasse da liderança até que esclarecesse que não houve nada de irregular", revela.

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