O Conselho de Ética da Câmara instaurou na tarde desta quarta-feira (11) o processo de cassação de um dos mais ativos adversários do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ).
A instalação ocorre um dia após o deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos aliados mais próximos do peemedebista, assumir uma vaga no Conselho. Foi o próprio líder do Solidariedade quem protocolou a representação contra Alencar.
Paulinho acusa Chico de financiamento ilegal de campanha e uso de notas frias de suposta empresa fantasma para recebimento de cota parlamentar.
Na sessão desta tarde, foi cumprido o primeiro rito do Conselho e foram eleitos os três nomes que podem relatar o processo: Sérgio Brito, Zé Geraldo e Sandro Alex.
O deputado Paulo Azi (DEM) havia sido eleito num primeiro momento, mas em função de uma questão de ordem feita no início da sessão, na qual questionou a entrada de Paulinho da Força no Conselho e se manifestou previamente favorável a Chico, o presidente, José Carlos Araújo (PSD-BA), pediu que ele cedesse a vaga a outro parlamentar. Foi eleito, então, Alex.
Agora, Araújo precisa escolher o relator, o que afirmou que não fará na próxima semana. “Vou dar a oportunidade para as partes se entenderem”.
Chico, que não integra o Conselho, acompanhou a sessão e disse que as acusações contra ele são “frágeis” e já foram explicadas em outras instâncias. “Ofende o Conselho de Ética, sobrecarregando-o com um trabalho desnecessário, numa tentativa vã de intimidação”.
Em resposta, Paulinho afirmou que a representação dará a Chico a oportunidade de se explicar. “Não pode o deputado que mais fala de ética no plenário sofrer uma série de questionamentos. Não tem intimidação, nem retaliação”.
Nos bastidores, Cunha articulou com aliados a liberação, pela Mesa Diretora da Casa, de várias representações para serem julgadas no Conselho de Ética junto com o pedido de cassação de seu mandato. A expectativa do peemedebista com a manobra é retirar os holofotes do seu caso.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Deixe sua opinião