Obras
Ministra diz que CPMI não muda ritmo do PAC
Agências Estado e O Globo
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, avaliou ontem que a CPMI que investigará as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não atrapalhará o ritmo de licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "As licitações vão ser lançadas no mesmo ritmo previsto", disse a ministra.
Questionada sobre o que aconteceria, caso a construtora Delta, alvo das investigações e responsável por várias obras de PAC, seja considerada inidônea, a ministra desconversou. "Se isso vier a acontecer, quando acontecer, vamos ver o que pode ser feito". Ela esquivou-se também de comentar o que aconteceria, caso a Delta quebre. "Isso é problema da empresa, não é problema do governo", afirmou.
Na quarta-feira, o ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste Cláudio Abreu foi preso pela Polícia Civil em Brasília, num desdobramento da Operação Monte Carlo. Outro diretor da Delta, em São Paulo, teve a prisão preventiva decretada.
A Delta afastou Fernando Cavendish e Carlos Pacheco do Conselho Administrativo e da diretoria-executiva. Os dois são citados em gravações da PF.
O Conselho de Ética do Senado decidirá no dia 8 de maio se Demóstenes Torres (sem partido-GO, foto) vai responder a processo por quebra de decoro parlamentar. A data foi marcada ontem pelo presidente do conselho, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Na sessão, os senadores vão decidir se aprovam o relatório preliminar do relator do caso, Humberto Costa (PT-PE). O PSol entrou com representação contra Demóstenes por supostamente ser sócio do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, apresentou ontem à noite a defesa preliminar do senador goiano. Kakay, como é conhecido, pediu o arquivamento da representação por, entre outras razões, ter sido baseada exclusivamente em recortes de reportagens jornalísticas, o que não valeria como prova para instruir representações por quebra de decoro. A defesa de Demóstenes também disse que as conversas telefônicas dele com o contraventor foram "manipuladas" pela Polícia Federal.
O conselho marcou para o dia 3 de maio a sessão em que Humberto Costa apresentará seu parecer preliminar. Na ocasião, ele dirá se é favorável a prosseguir com a representação contra Demóstenes. Os integrantes do conselho poderão debater o texto de Costa. Cinco dias depois é que será julgado pelo conselho o futuro do senador goiano.
"Este é o cronograma que eu pretendo seguir até a data limite para apresentação do relatório preliminar", afirmou Antonio Carlos Valadares. "Nós daremos a ampla defesa e ele terá todas as condições para emitir sua opinião". Se aceita a representação, Demóstenes responderá formalmente a processo no conselho.
Perillo
Colocado sob suspeita pelas investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu ontem ao Ministério Público que seja aberto um inquérito contra ele. A defesa de Perillo afirmou que seu cliente está sendo alvo de vazamentos direcionados de escutas telefônicas feitas com autorização judicial. E pediu que a investigação seja fiscalizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores de estado são julgados.
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