A deputada Solange Amaral (DEM-RJ), relatora no Conselho de Ética do processo por quebra de decoro contra o deputado Mário de Oliveira (PSC-MG), quer fazer pelo menos duas audiências antes do recesso parlamentar de julho.
Mário de Oliveira é acusado de planejar o assassinato do deputado Carlos William (PTC-MG). Solange mandou ofício nesta quinta-feira pedindo o depoimento do deputado Mário Oliveira para o dia 10 de julho, e de Carlos Willian para o dia 12.
Mário de Oliveira será notificado e tem cinco sessões para fazer sua defesa prévia. O acusado tem direito a indicar até cinco testemunhas. Regimentalmente, o Conselho tem 90 dias para votar o processo, mas esse prazo é interrompido durante o recesso parlamentar.
- Temos que acelerar os procedimentos. Depois de ouvir os dois deputados, vamos tentar ouvir os policiais civis de São Paulo que fizeram a prisão. O Alemão ninguém identificou até agora quem é e o que foi preso, o Odair, já foi solto, mas vamos tentar ouví-lo também - disse a relatora.
Alemão seria o pistoleiro contratado e Odair da Silva, o intermediário. A polícia descobriu por acaso o plano para matar Willian. Em gravações feitas pela Polícia Civil de Osasco (SP) foram identificadas as vozes de Odair e Alemão. As gravações, autorizadas pela Justiça, foram feitas nas investigações de um homicídio na capital paulista. Nas escutas, fica claro que os dois conversam sobre a rotina do deputado Carlos Willian quando ele retorna a Belo Horizonte e até marcam o dia em que o crime seria cometido. Durante depoimento, Odair confessou aos policiais que tinha sido contratado por Oliveira.
Oliveira já foi à tribuna da Câmara se defender. Disse estar estarrecido com o noticiário e que não era " idiota para jogar fora uma carreira de 20 anos". Ele estranhou a investigação da polícia paulista, que prendeu o contratante, mas não o suposto matador.
Embora reconheça que tem divergências políticas com Oliveira - os dois pertenciam à Igreja do Evangelho Quadrangular e romperam politicamente - Willian disse que não vê motivos para alguém tentar matá-lo.
Solange Amaral é adversária política do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, muito ligado a Willian. O PSC, partido do deputado acusado, anunciou a abertura de sindicância interna para apurar os fatos. Mas defendeu a condução imparcial do processo pelo Conselho de Ética.
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