O Conselho de Ética da Câmara vota nesta quinta-feira um novo relatório - desta vez pedindo a cassação do mandato - no processo contra o deputado José Mentor (PT-SP). Por oito votos a seis, foi rejeitado na semana passada o parecer original, do relator Edmar Moreira (PFL-MG) que recomendava a absolvição de Mentor da acusação de beneficiário do valerioduto. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) apresentou um voto em separado defendendo a cassação e foi vitorioso, derrotando Moreira.

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Com a derrota do parecer de Edmar Moreira, o presidente do Conselho, Ricardo Izar(PTB-SP), nomeou o deputado Nélson Trad (PMDB-MS) para fazer o parecer pela cassação que será levado a plenário. O novo relator foi um dos que ficaram em dúvida sobre a culpa de Mentor, mas votou pela cassação.

Mentor não escondeu a surpresa com a decisão do Conselho de Ética de rejeitar o parecer de Moreira. Em sua argumentação, Delgado lembrou que o pagamento de R$ 120 mil feito a Mentor pela empresa 2S Participações, por uma consultoria, deu-se enquanto ele era relator da CPI do Banestado, que investigava o Banco Rural. Nesta época Valério era o principal lobista do banco e teria intermediado encontros de Mentor com seus dirigentes.

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- Eu não esperava esse resultado. Esperava ganhar. Perdemos aqui mas vamos ao plenário para ganhar. É lamentável que posições politico-partidárias tenham ficado acima das provas - reagiu Mentor, deixando dúvidas sobre um recurso na Comissão de Constituição e Justiça.

O relator Edmar Moreira disse que seu parecer foi pautado por dados concretos, documentos e depoimentos.

- Ninguém pode impor sua verdade a outros, mas os fatos investigados não são subjetivos nem foram maquiados - sustentou o deputado.