O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) pode ter a cassação de seu mandato aprovada nesta terça-feira no Conselho de Ética. O relatório do deputado César Schirmer (PMDB-RS), de 60 páginas, é contundente e não deixa margem para contestação. Embora o acusado tenha dito que confia na absolvição e nem pretende pedir vista do parecer, a previsão é que a cassação seja aprovada por nove votos contra cinco.

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Em cartas enviadas aos deputados, João Paulo apela para seus feitos como presidente e diz que todos são testemunhas de sua dedicação no cargo.

O voto de Shirmer foi baseado no depoimento do próprio João Paulo, no qual ele entra em contradição sobre a ida de sua mulher, a jornalista Márcia Milanesi, ao Banco Rural. Segundo o petista, Márcia teria ido reclamar do valor de uma conta de TV a cabo. Mas depois admite que ela recebeu os R$ 50 mil repassados pela SMP&B que teriam sido usados para pagar por pesquisas em prefeituras de aliados no interior de São Paulo. O problema é que os registros mostram que ela foi ao banco três vezes no mesmo dia, a última depois que a agência fechou, às 16h45m.

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Schirmer diz que a representação contra João Paulo se baseia em três aspectos: o saque, a omissão dos fatos e o contrato da Câmara com a SMP&B, empresa de Valério.

Nesta quarta-feira será a vez de o plenário da Câmara votar os pedidos de cassação, já aprovados no Conselho, dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) - este último ex-líder do governo na Casa.

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