O Conselho de Ética da Câmara retomou na tarde desta quarta-feira a sessão em que será votado o relatório do deputado Nelson Trad (PMDB-MS) que pede a cassação do mandato de Roberto Brant (PFL-MG). Primeiro a falar, Pedro Canedo (PP-GO) negou ter sofrido pressão do partido para votar a favor do pefelista, afirmando ter recebido apenas sugestões. Canedo reiterou que seu partido decidiu que ele deveria votar de acordo com sua consciência.
Diante das declarações de Canedo, o deputado Edmar Moreira (PL-MG) ironizou, dizendo que o Conselho de Ética "foi vítima de um trote", já que "a integridade física e moral do deputado estão intactas". Edmar Moreira questionou Canedo se o PP tomou atitude semelhante no caso do deputado Professor Luizinho (PT-SP), cujo processo foi relatado por Canedo, já que ele mudou seu voto na última hora. Canedo negou a pressão no processo de Luizinho:
- O meu partido não interveio e me deixou à vontade para fazer o relatório do Professor Luizinho - respondeu Canedo.
A sessão continua concorrida e os pefelistas acompanham a votação. O líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), leu o voto em separado do deputado Moroni Torgan (CE) favorável a Brant. No voto, o pefelista diz que Brant não cometeu irregularidade porque o dinheiro recebido da Usiminas não tem relação com o valerioduto. O deputado Benedito de Lira (GO), outro deputado do PP no Conselho de Ética, deve votar pela absolvição. A tendência é que a votação fique em 7 a 7, forçando o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), a dar o voto de minerva. Ele já avisou que votará com o relator. O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), também acompanha a sessão.