A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa analisa na próxima semana o projeto de lei que autoriza o Poder Executivo, por intermédio da Copel, a formar consórcio com a Eletrosul (Eletrosul Centrais Elétricas S.A). Pela proposta, A Copel vai poder participar de leilões de concessão de novos empreendimentos de geração de energia elétrica no Paraná, como a Usina Hidrelétrica de Salto Grande, no Rio Chopim, Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, no Rio Iguaçu e Usina Hidrelétrica de Mauá, no rio Tibagi.
O consórcio deverá ser constituído com a participação majoritária da Copel e permitirá ainda a participação de outra empresa privada no consórcio ou na sociedade caso haja necessidade, desde que a Copel continue participando com a maioria das ações.
O autor do projeto, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), disse que a medida traz benefícios técnicos e econômicos. No que diz respeito à questão técnica, a Eletrosul opera sistema de transmissão de energia elétrica composto de linhas de difusão e subestações de alta voltagem que cortam o Paraná e segundo o deputado, vai garantir a otimização dos custos e procedimentos técnicos operativos das novas usinas.
Brandão argumenta também que através do consórcio com a Eletrosul a Copel passará a participar de vários empreendimentos porque utilizará parte do patrimônio do parceiro para a sua sustentação e estruturação das operações de financiamento que viabilizam ações de geração hidráulica, o que poderia não ocorrer se a empresa paranaense participasse de maneira isolada.
"A participação da Copel neste consórcio também vai incrementar o seu parque gerador a médio prazo, caso contrário o atendimento ao consumidor poderá ser deficitário, já que a empresa trabalha com projeções de demanda acima de sua capacidade", disse Hermas.
Na avaliação do deputado, a proposta vai atender às necessidades do aumento da demanda de energia elétrica e resultar em incremento de recursos financeiros na economia dos municípios, devido ao aumento da arrecadação do ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza).
O consórcio entre as duas empresas, segundo ele, também é necessário em virtude do investimento da ordem de US$ 1,2 bilhão para a aplicação no empreendimento, um valor acima da capacidade de investimento e de endividamento da Copel. "A auto-suficiência do Paraná na geração de energia elétrica não assegura que estejamos livres da adoção de racionamento de energia, o que sabidamente trouxe prejuízos imensos à sociedade brasileira, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, no ano 2001", explicou Hermas.
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