Nas discussões com inquilinos de imóveis próximos à cratera do metrô em Pinheiros que foram interditadas ou condenadas pela Defesa Civil, advogados do Consórcio Via Amarela chegaram a oferecer indenização a título de dano moral de 40 salários mínimos (R$ 14 mil) a seis moradores de uma mesma casa, o que daria R$ 2,3 mil para cada um. Os residentes da casa, na Rua Eugênio de Medeiros, 148, recusaram a oferta. O caso do imóvel onde Daniela morava foi o único não resolvido dos oito discutidos entre consórcio e moradores na última quinta-feira. Haverá outra rodada de negociações na próxima terça-feira.
Como consórcio e Defensoria Pública do Estado não revelam valores dos acordos de indenização nem nomes de beneficiados, a informação foi passada ao jornal Diário de S. Paulo pela operadora de telemarketing Daniela Amâncio dos Santos, 27 anos, uma das moradoras da casa e única que falou.
- Eles (consórcio) dizem que não foi por causa do desabamento que nossa casa foi interditada - relata Daniela.
Segundo ela, advogados do grupo - composto pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão - alegam que o problema decorre de uma obra de terminal do ônibus nas proximidades. Quando a cratera desabou, por volta das 15h do dia 12 de janeiro, a casa tremeu e a energia caiu, segundo Daniela.
- Me sinto péssima, porque eles (consórcio) bateram o martelo com defensores públicos e a Subprefeitura de Pinheiros e falaram que pagariam 40 mínimos a cada morador. Agora, vêm com essa de 40 para nós seis? Ninguém tem palavra - lamenta Daniela.
Aflita, a operadora de telemarketing foi ontem ao Palácio dos Bandeirantes à procura do governador José Serra (PSDB), para pedir-lhe que interceda em sua defesa.
- Ele falou que ia dar todo o respaldo às famílias (à época do acidente) - conta Daniela. No Palácio, ela foi recebida pela assessoria do governador, que lhe prometeu encaminhar a demanda ao tucano e dar-lhe resposta na segunda-feira.
Caso o governo do estado não retorne o pedido, a operadora promete fazer greve de fome em frente à sede da Prefeitura.
- O prefeito (Gilberto Kassab) apertou minha mão no dia do acidente e prometeu tomar providências. Ele vai lembrar de mim - acredita ela.
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