• Carregando...
Contadora disse ter ido à casa de jornalista buscar parcelas de R$ 15 mil a pedido de Enivaldo Quadrado | Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Contadora disse ter ido à casa de jornalista buscar parcelas de R$ 15 mil a pedido de Enivaldo Quadrado| Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

Meire diz ter havido propina no caso da Paranaguá Previdência

Entre as revelações que fez em depoimento à CPI, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, confirmou que houve pagamento de propina para que a Paranaguá Previdência, entidade que administra o fundo previdenciário dos servidores do município paranaense, investisse R$ 2 milhões no fundo "Viaja Brasil", suspeito de fazer parte do esquema desbaratado pela Operação Lava Jato. O fundo, administrado pelo banco Máxima, supostamente teria impulsionado o crescimento do grupo Marsans Brasil, controlado por Youssef. Segundo Meire, o doleiro pagava 10% do valor obtido de prefeituras do país à pessoa que conseguisse os investimentos para o Viaja Brasil. No município do litoral paranaense, o aporte financeiro foi realizado em 2012 por determinação do então prefeito José Baka Filho (PDT) e da presidente da Paranaguá Previdência na época, Celis Regina Schneider. Não houve consentimento dos conselhos administrativo e fiscal do órgão, de acordo com informações do Ministério Público e da atual gestão municipal. Em recente entrevista à Gazeta, Baka negou ter recebido propina, enquanto Celis não quis comentar o caso, por ter ficado menos de 30 dias à frente da entidade.

Da Redação

A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, afirmou ontem em depoimento que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o ex-ministro das Cidades do governo Dilma Mário Negromonte e políticos e assessores de PP, PMDB, PT e SD tiveram negociações com seu antigo cliente.

Em depoimento à CPI mista da Petrobras, ela detalhou as relações do doleiro com empreiteiras e disse ter intermediado pessoalmente um repasse de recursos para pagar multa a um condenado do processo do mensalão. Meire Poza afirmou que Youssef se reuniu na noite do dia 12 de março com Renan Calheiros para tratar de uma operação milionária de compra de debêntures para a Marsans Viagens e Turismo, uma agência de turismo que tinha o doleiro como investidor.

Segundo a contadora, a conversa com o presidente do Senado pretendia garantir R$ 25 milhões do fundo de pensão da Caixa (Funcef). Ela diz que a outra parte da operação, também de R$ 25 milhões, já tinha sido acertada com o PT e seria feita por meio do fundo de pensão dos Correios (Postalis). "Ele precisava resolver ainda a ponta do PMDB", disse. A negociação não prosperou porque cinco dias depois Youssef foi preso pela Operação Lava Jato.

Meire Poza disse ainda que o então ministro das Cidades indicou ao doleiro uma empresa goiana de rastreamento de veículos, setor ligado à pasta comandada por Mário Negromonte, filiado à época ao PP. A ex-contadora do doleiro também citou o fato de que o irmão de Negromonte, Adarico, era uma das pessoas que fazia a "distribuição do dinheiro" por indicação de Youssef. Em um dos casos, de acordo com ela, Adarico viajou ao Maranhão para entregar R$ 330 mil a uma pessoa ligada à governadora Roseana Sarney (PMDB). Meire, contudo, disse não saber quem eram os beneficiários.

A ex-contadora afirmou que o doleiro fazia "negócios" com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a quem já viu no escritório do Youssef. Meire confirmou ainda que o doleiro deu um Land Rover para Costa.

Meire Poza disse ter ido a uma casa do jornalista Breno Altman em três ocasiões este ano para pegar R$ 15 mil em cada ocasião. Segundo ela, os recursos serviram para pagar a multa do corretor Enivaldo Quadrado imposta pela condenação no processo do mensalão.

O relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que o envolvimento de políticos será investigado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]