Brasília - A legislatura 2011-2015 do Congresso Nacional começa hoje com uma bancada paranaense marcada pelo continuísmo. O estado tem o segundo menor índice de renovação de deputados federais (36,6%), na frente apenas do Rio Grande do Sul (35,48%) e bem abaixo da média nacional (46%). Entre os 30 deputados eleitos pelo Paraná, 11 são novatos e somente 3 (10%) assumem um mandato eletivo pela primeira vez.
A legislatura 2011-2015 do Congresso Nacional começa hoje com uma bancada paranaense marcada pelo continuísmo. O estado tem o segundo menor índice de renovação de deputados federais (36,6%), na frente apenas do Rio Grande do Sul (35,48%) e bem abaixo da média nacional (46%). Entre os 30 deputados eleitos pelo Paraná, 11 são novatos e somente 3 (10%) assumem um mandato eletivo pela primeira vez.
Dos 25 que tentaram a reeleição para a Câmara, 19 venceram. A taxa de renovação da eleição de 2010, apesar de baixa na comparação com os demais estados, foi superior à registrada em 2006 (27,7%). As duas cadeiras do Senado em disputa foram renovadas por Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB). Mas os antecessores, Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PSDB), não participaram do pleito.
Segundo avaliação do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (Diap), o Paraná também perde em qualidade no Congresso. Desde 1994, o órgão faz um estudo anual sobre os 100 parlamentares federais mais influentes. Entre os únicos quatro selecionados como "cabeças" do Congresso no ano passado, só Abelardo Lupion (DEM) permanece Osmar Dias e o deputado Gustavo Fruet (PSDB) encerram o mandato e Luiz Carlos Hauly (PSDB) se licencia para assumir a Secretaria Estadual da Fazenda.
O coordenador de estudos do Diap, Antonio Augusto de Queiroz, diz que a dificuldade de renovação, em especial no Paraná, está ligada a três fatores. "Os parlamentares que já exercem mandato possuem uma vantagem comparativa porque já têm o que mostrar. Depois, têm mais facilidade de levantar recursos. Por último, há cada vez menos gente disposta a desgastar a própria imagem entrando para a política."
Para o cientista político Adriano Codato, da UFPR, o que mais pesa é o volume de dinheiro necessário para vencer uma campanha. "Quanto mais caro for o custo para se fazer política no Paraná e no Brasil, menor será a renovação", ressalta. Entre os 33 congressistas paranaenses, 19 gastaram mais de R$ 1 milhão para se eleger.
Pela segunda vez seguida, o cascavelense Alfredo Kaefer (PSDB) teve a campanha mais cara entre os paranaenses. Ele declarou à Justiça Eleitoral ter arrecadado R$ 4,2 milhões R$ 1,14 milhão a mais do que o segundo no ranking, o novato Edmar Arruda (PSC).
Fernando Francischini (PSDB), João Arruda (PMDB) e Nelson Padovani (PSC) são os únicos deputados eleitos pelo estado que estreiam em mandatos eletivos. Entre eles, só Arruda declarou ao TSE uma campanha milionária: ele gastou R$ 1,8 milhão.
Para o novato Padovani, que declarou ter arrecadado R$ 706 mil, tão difícil quanto conseguir suporte financeiro é quebrar os elos políticos montados pelos que já exercem mandatos. "Durante a campanha, só cinco prefeitos me apoiaram. Agora que eu me elegi, já são 35 fechados comigo."
Já Francischini, que declarou receitas de R$ 607 mil, faz uma crítica parecida. "Esse jogo de toma-lá-dá-cá por recursos é muito ruim. Agora que cheguei até aqui, vou me esforçar para exercer um mandato diferente, me preocupar com grandes temas."
Ponto positivo
A bancada paranaense que toma posse hoje é uma das mais escolarizadas do país. Dos 33 congressistas, 28 (85%) do estado possuem ensino superior completo. No Brasil, a proporção é de 73%.
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