Pré-candidato a presidente da República e senador pelo PSDB de Minas Gerais, Aécio Neves decidiu apresentar respostas legislativas a demandas eleitorais que para se contrapor ao discurso do PT de que há risco de "retrocesso" em caso de derrota do atual governo na eleição de outubro. Contra a tática do "medo" e dos "fantasmas do passado" deflagrada pelos petistas na semana passada, Aécio tratou de criar uma espécie de "Carta Social aos Brasileiros".
A carta do tucano curiosamente foi inspirada no documento de 2002 no qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva se comprometia a manter os pilares da política de estabilização da economia e o cumprimento dos contratos do governo FHC. A carta de Aécio tem como foco os programas sociais e o aumento de renda dos trabalhadores, conquistas associadas ao PT.
A avaliação é de que propostas de perenização do Bolsa Família e da política de valorização do salário mínimo, além de uma correção maior da tabela de Imposto de Renda, enfraqueceriam os ataques vindos do governo.
Já o PT, na propaganda partidária, adotou um discurso no qual, caso a oposição vença as eleições, o aumento de renda e o pleno emprego estariam sob risco. O partido também afirma governar preocupado em "crescer na vida das pessoas" e não só "nos números dos economistas".
Bolsa Família
Uma das linhas prioritárias do PSDB na "Carta Social" é o Bolsa Família. Já em 2013, os tucanos fizeram propostas para tornar o carro-chefe dos programas sociais uma política de Estado, incluindo-o na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), e para garantir o benefício por seis meses adicionais para quem conseguir um emprego. Os projetos de lei foram protocolados por Aécio no fim do ano no Senado.
Contra-ataque
Os aliados do Planalto perceberam a movimentação tucana e prometem explorar as "contradições" do adversário. A ideia do PT é argumentar que o PSDB era opositor dessas medidas e que tampouco as implantou quando esteve no governo.
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