José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, é aclamado candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, em 2012| Foto: EDUARDO ANIZELLI / FOLHAPRESS/Arquivo

Após uma eleição marcada pelos altos índices de eleitores que optaram por não escolher um candidato (abstenção e votos anulados ou em branco), um grupo de intelectuais ligados à corrente de pensamento de esquerda iniciaram nesta terça-feira (8) uma campanha pela realização de prévias para as eleições presidenciais de 2018.

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O manifesto define as prévias como “um caminho para que bases democráticas, inquietas e criativas da sociedade construam canais para formular e dar vazão a suas propostas”. O documento é subscrito por nomes como o do professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Aldo Fornazieri, o filósofo e cientista político Marcos Nobre, o humorista Gregório Duvivier, a atriz Camila Pitanga, o jornalista Bruno Torturra e a professora e pesquisadora Ivana Bentes, entre outros. Eles também gravaram um vídeo, divulgado em redes sociais, com a proposta.

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Discussão

O objetivo, segundo o cientista político Raphael Neves, é alcançar o maior número possível de apoio - ele não faz estimativas de quantas assinaturas pretende recolher - para encaminhar essa proposta aos partidos políticos. “Não tem uma pauta predefinida inicial. Não temos compromisso com mecanismo de consulta. O que a gente quer é que os partidos se abram e se discutam com a sociedade”, disse.

Neves afirmou que o grupo, que já conta com mais de mil pessoas, segundo ele, vem se reunindo em torno da ideia há um mês, em reuniões presenciais e principalmente via redes sociais. “O objetivo principal é buscar a realização de prévias eleitorais em 2018. É um diagnóstico de que o sistema político no Brasil precisa receber uma certa dose de democracia.”

Questionado sobre o assunto, o presidente do PT, Rui Falcão disse que, de início, apoia a ideia. “Tudo que traga as pessoas para a política nós apoiamos”, afirmou o dirigente.

A realização de prévias para a escolha do candidato em 2018 também voltou a ser discutido no PSDB. O presidente do partido, Aécio Neves, defende a medida, mas diz ser prematuro antecipar a discussão.