O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso entrou em contradição nesta quarta-feira durante depoimento na CPI dos Sanguessugas. Segundo Veloso, a família Vedoin, acusada de chefiar a máfia das ambulâncias, tentou vender, inicialmente, as informações por R$ 20 milhões, mas a orientação de Jorge Lorenzetti, ex-coordenador da campanha do presidente Lula, era não envolver dinheiro na negociação. O combinado, de acordo com ele, foi dar apoio jurídico para que os Vedoin não perdessem o benefício da delação premiada - redução da pena em troca de colaboração com a investigação.
Veloso não soube explicar, no entanto, por que Gedimar Passos - preso em São Paulo com R$ 1,7 milhão - estava com o dinheiro, se o combinado era não pagar pelo dossiê. Para esclarecer as contradições, o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann, propôs uma acareação entre Veloso, Gedimar e Valdebran Padilha, que também participou da negociação.
O ex-diretor do BB afirmou que o papel dele na discussão sobre o dossiê era apenas analisar o documento oferecido pela família Vedoin, acusada de chefiar a máfia das ambulâncias.
- Considerando-se que sou bancário, fui solicitado por Jorge Lorenzetti para que fosse a Cuiabá analisar os documentos. Era um conjunto de 15 cheques e comprovantes de 20 transferências bancárias, que somavam em torno de R$ 900 mil. Os cheques totalizavam um pouco mais de R$ 600 mil. Havia fotos e foi mostrado um DVD que retratava uma entrega de ambulâncias e ônibus na cidade de Cuiabá. A festa teria sido patrocinada pela Planam - descreveu Veloso.
Ainda nesta quarta-feira, a CPI vai ouvir Osvaldo Bargas, que negociou a divulgação do dossiê pela imprensa.
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