Já dura mais de seis horas o depoimento dos controladores de vôo que trabalhavam no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1, em Brasília) no dia 29 de setembro de 2006, quando 154 pessoas morreram em conseqüência do acidente entre um Boeing da Gol e um jato executivo Legacy. É a segunda audiência da ação penal que apura as causas do segunda maior tragédia da história da aviação brasileira.
Após ouvir Felipe Santos Reis e Jomarcelo Fernandes dos Santos, o juiz federal Murilo Mendes, da Vara de Sinop (MT), ainda ouve Lucivando Tibúrcio de Alencar e a previsão é de que Leandro José Santos de Barros, o quarto controlador acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de atentado contra a segurança do transporte aéreo, seja o próximo a prestar depoimento.
Reis, Alencar e José Santos respondem por crime culposo (sem intenção), e Jomarcelo foi acusado de crime doloso (intencional). Segundo o MPF, ele sabia que o jato voava em altura incompatível com a exigida pelo trajeto.
Segundo a assessoria da Justiça Federal, Jomarcelo se negou a responder às perguntas, reivindicando o direito de ficar calado por 20 minutos. Já o depoimento de Reis durou mais de duas horas. Iniciado às 18h25 (horário de Brasília), o depoimento de Alencar ainda está em curso.
A assessoria informou ainda que o esquema de segurança foi reforçado, a pedido da Justiça Federal, por oito policiais federais, 30 policiais militares e soldados da guarda municipal.
Na primeira audiência do inquérito, na segunda-feira, os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino não compareceram. Eles pilotavam o Legacy que se chocou com o Boeing e também foram acusados de crime culposo por colocar em risco a segurança do transporte aéreo.
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