A convenção do PMDB neste sábado decidiu que o partido não terá candidato à Presidência da República, desapontando os dois pré-candidatos a presidente pelo PMDB: o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e o ex-presidente da República Itamar Franco. Até as 19h, foram contabilizados 343 votos contra a candidatura própria. O resultado, porém, fica em suspenso, e só será confirmado na convenção marcada para 11 de junho.
Pela manhã, o desembargador J. J. Costa Carvalho, de Brasília, suspendeu os efeitos do resultado da convenção ao conceder liminar ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele fica indefinido até que o Tribunal de Justiça decida mérito da ação movida pelo parlamentar ligado ao grupo do ex-governador Anthony Garotinho.
"Defiro a liminar para o fim de, sem estancar a realização da convenção nacional extraordinária do PMDB, marcada para 13 de maio de 2006, determinar que os supostos efeitos dela (convenção) advindos não produzam eficácia até que esta Turma dilucide o tema trazido à apreciação", diz o juiz em seu despacho. Na prática, a decisão do magistrado não altera o resultado da convenção, que, de qualquer forma, será revista em 11 de junho.
A vitória dos governistas contra a candidatura própria tem significado político para que a ala governista possa negociar coligações e eventuais apoios a candidaturas majoritárias. Esta movimentação é defendida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
O Senado montou um forte esquema de segurança para impedir invasões no auditório Petrônio Portela, onde foi realizada a convenção do PMDB.
Pouco antes do início do evento, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer, evitou fazer uma previsão do resultado da convenção extraordinária do partido. Temer ressaltou que, politicamente, o resultado do encontro deste sábado sinaliza o desejo do partido, mas lembrou o martelo só será batido em junho.
- Eu acho que é previsível neste momento. Ontem (sexta-feira), na comissão executiva, registrei que as convenções anteriores foram meramente indicativas do caminho que o PMDB quer seguir. É claro que é um indicativo político forte, mas não é a decisão definitiva. Esta decisão definitiva virá por força da convenção legalmente estabelecida entre 10 e 30 de junho.
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