BRASÍLIA e RIO - A cúpula do PMDB começa a chegar no Senado, onde começou a ser realizada convenção do partido para decidir se haverá ou não candidatura própria para a disputa presidencial. Ao chegar no Senado, o presidente interino da República, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse não acreditar que a Justiça vai interferir na decisão do partido.
Renan se referia à possibilidade de a ala do partido que defende uma candidatura própria recorrer ainda neste sábado ao Supremo Tribunal Federal para anular a decisão da executiva do PMDB de ontem. A executiva decidiu que o quórum para votação será de maioria simples (50% mais um). Os partidários da candidatura própria ligados ao ex-governador Anthony Garotinho defendem que o quórum seja de dois terços dos votantes.
- Não acredito que a Justiça vá interferir mas, haja o que houver. o que ficará demonstrado é a correlação de forças internada no partido - disse Renan.
O Senado montou um forte esquema de segurança para impedir invasões no auditório Petrônio Portela, onde está sendo realizada a convenção do PMDB.
Pouco antes do início do evento, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer, evitou fazer uma previsão do resultado da convenção extraordinária do partido. Temer ressaltou que, politicamente, o resultado do encontro deste sábado vai sinalizar o desejo do partido, mas lembrou o martelo só será batido em junho.
- Eu acho que é previsível neste momento. Ontem, na comissão executiva, registrei que as convenções anteriores foram meramente indicativas do caminho que o PMDB quer seguir. É claro que é um indicativo político forte, mas não é a decisão definitiva. Esta decisão definitiva virá por força da convenção legalmente estabelecida entre 10 e 30 de junho.
O líder afirmou que espera uma convenção tranqüila e que só devem ser registradas manifestações do lado de fora do congresso nacional. Participam da convenção do partido os dois pré-candidatos a presidente, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e o ex-presidente da República Itamar Franco.
Anthony Garotinho, esperado em Brasília na manhã deste sábado, disse que não fez a greve de fome para sair fortalecido, mas para defender a honra por causa das denúncias contra ele. Ele alegou ainda que optou pelo jejum por ser uma maneira pacífica de protesto.
O pré-candidato seguiu para o aeroporto direto do Hospital Quinta D'Or, no Rio, onde estava se recuperando, tomando soro com glicose, após fazer greve de fome de 11 dias.
Itamar Franco está em Brasília desde sexta-feira, onde se reuniu com Renan Calheiros, no Palácio do Planalto, para construir um canal de negociação com o PMDB de Minas Gerais e garantir uma vaga na eleição para o Senado, caso se confirme a tendência de derrota da candidatura própria.
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