Temer e Dilma: expectativa é que o discurso de hoje da presidente indique que os dois estarão juntos em 2014| Foto: Evaristo Sá/AFP

Campos critica governo e ex-presidente vê aliança em risco

Virtual candidato à Presidêcia em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), criticou ontem a presidente Dilma Rousseff por antecipar o lançamento de sua candidatura à reeleição.

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A presidente Dilma Rousseff terá Michel Temer como seu vice em 2014? Por quê?

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Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio

O PMDB faz hoje sua convenção nacional em Brasília, com o objetivo de reafirmar publicamente seu apoio à presidente Dilma Rousseff e à reeleição da petista em 2014. A ideia dos peemedebistas é afastar um fantasma que rondou o partido nos últimos meses: a possível substituição de Michel Temer na vaga de candidato a vice-presidente para acomodar Eduardo Campos – governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB –, que tenta viabilizar sua candidatura à presidência.

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Ontem, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), voltou a defender que a vaga de vice na chapa de Dilma seja do partido. Nos últimos dias, os irmãos Cid e Ciro Gomes têm expressado a opinião de que o partido deve desistir da candidatura própria e pleitear a vice na chapa encabeçada por Dilma. "A gente tem que lutar por isso. Não vamos ficar esperando que o PT dê isso para a gente. Não vamos esperar que o PMDB abra mão do lugar que hoje é ocupado por ele", disse ontem Cid Gomes.

Apesar da pressão dos socialistas, petistas e peemedebistas continuam a tentar demonstrar que a parceria Dilma e Temer continuará na eleição de 2014. A presença da presidente na convenção de hoje é encarada pelos peemdebistas como uma demonstração dessa união. Os organizadores do evento esperam que a presidente use palavras que indiquem a solidez do binômio PT-PMDB no discurso que fará. Os petistas devem enviar ao evento o seu presidente, Rui Falcão, que fará a leitura de uma carta de Lula.

Rio de Janeiro

A polêmica do dia ficará a cargo do presidente da executiva estadual do Rio de Janeiro, Jorge Picciani. Ele vai ler uma nota pedindo para que não haja palanque duplo em seu estado, ou seja, evitar que Dilma apoie, nas eleições para governador, outro candidato que não seja Luiz Fernando Pezão.

O pedido visa a marcar posição diante das afirmações do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de que enfrentará o PMDB e também disputará o posto de comando do Palácio da Guanabara.

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Em princípio, o pedido seria apresentado em formato de moção, modelo que exige aprovação por meio de votos. Para evitar rusgas com o PT neste momento em que ambos os partidos tentam azeitar a relação, Picciani foi convencido a discursar somente depois que Dilma tenha deixado o local.

Executiva

Durante a convenção, Temer deve ser reconduzido à presidência da legenda e Valdir Raupp (PMDB-RO) à vice-presidência. Também há um acordo para aprovar a mudança do estatuto do partido e permitir que governadores e ministros possam ocupar cargos de direção na legenda. A votação deve terminar por volta de 17h.

Visita de Dilma tenta amenizar tensão entre partidos no Rio

No momento em que se agrava a crise entre PMDB e PT do Rio, a presidente Dilma Rousseff e o governador peemedebista Sérgio Cabral participaram juntos de três inaugurações e entraram no clima de comemoração dos dez anos dos petistas no poder. Dilma e Cabral destacaram a recuperação de estatais que, nos anos 1990, estavam praticamente paralisadas, como a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). Também exaltaram a parceria entre os governos federal, estadual e municipal como ponto fundamental para a recuperação do estado e da capital.

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A visita de Dilma ao Rio acontece na semana em que o PMDB do estado divulgou uma nota com a ameaça de não apoiar a reeleição da presidente caso o senador petista Lindbergh Farias insista em disputar o governo com o vice- governador Luiz Fernando Pezão. Foi o início de uma troca de ataques entre petistas e peemedebistas, que chegou a ponto de o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, chamar Lindbergh de "calhorda".

Ontem, o clima parecia menos pesado entre petistas e peemdebistas. Enfático, Cabral rasgou elogios a Dilma: "O estaleiro Verolme era capim puro e hoje tem mais de sete mil trabalhadores (...). A senhora e o presidente Lula mudaram a história do conceito de desenvolvimento nacional".

Dilma e Cabral almoçaram na residência oficial do prefeito Eduardo Paes (PMDB), na Gávea Pequena. Mais cedo, a presidente havia tratado o governador como "grande parceiro do governo federal". Na busca por se manter distante da briga estadual, a presidente também elogiou Pezão. Em discurso, disse que o peemedebista era um homem do seu governo.

Sem constrangimento

Lindbergh, que iniciou na quinta-feira a versão estadual das caravanas da cidadania lideradas por Lula nos anos 90, não participou da agenda presidencial no Rio. O senador informou que não iria participar da agenda da presidente, para não criar constrangimento.

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Irredutível, ele afirmou que não há chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir a ele para retirar a sua candidatura – Cabral teria pedido a Lula que pressionasse de Lindbergh a desistir da disputa. "Sabe qual é a chance de o Lula pedir para eu tirar a minha candidatura? É zero!", disse.