O Itamaraty convidou todos os ex-presidentes da República para o almoço em homenagem ao presidente norte-americano Barack Obama. No entanto, apenas Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, hoje presidente do Senado, confirmaram presença. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu ficar em São Bernardo para comemorar o aniversário de um de seus filhos.
É praxe do Ministério das Relações Exteriores convidar os ex-presidentes para eventos importantes no Itamaraty. Os senadores Itamar Franco e Fernando Collor de Mello foram convidados, mas, até o final da tarde de ontem, não haviam confirmado presença. Collor é hoje presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
A relação do presidente Lula com Obama esfriou no final do mandato do presidente brasileiro, principalmente no ano passado, por causa da negociação do Brasil com o Irã em torno do programa nuclear iraniano. Fruto da performance de Lula nos fóruns internacionais, Obama chegou a chamar Lula, carinhosamente, de "o cara".
Lula, em parceria com o governo turco, negociou para que o regime iraniano não fosse alvo de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas foi mal sucedido. O governo Obama considerou que as garantias oferecidas pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad para o controle do programa nuclear não eram suficientes e rejeitou a negociação capitaneada por Lula.
A partir desse fracasso, a relação pessoal entre os dois presidentes perdeu força e Obama arquivou de vez a ideia de visitar o Brasil. Mesmo sem Dilma Rousseff ter visitado os EUA, Obama decidiu agora, no início do mandato da presidente brasileira, incluir o País em um périplo pela América Latina.
Lula não aceitou o convite para o almoço com Obama, no Itamaraty para evitar se encontrar com o presidente dos EUA, mas, informalmente, a desculpa é que ele está de "quarentena" e, por isso, não quer que sua presença, em solenidades oficiais, rivalize com a da presidente Dilma Rousseff.