O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), afirmou nesta segunda-feira que a convocação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para depor dependerá das informações prestadas pelo advogado Rogério Buratti em seu depoimento nesta terça-feira.
Ex-assessor de Palocci no governo de Ribeirão Preto (SP), Buratti acusou o ministro, em depoimento ao Ministério Público, de ter recebido propina quando era prefeito daquela cidade paulista. Palocci negou as denúncias em uma entrevista coletiva concedida neste domingo.
Na opinião de Alves Filho, a CPI dos Bingos só precisará ouvir Palocci caso Buratti apresente, em seu depoimento desta terça, um fato novo ou traga provas do que disse ao Ministério Público. Caso contrário, observou o senador, estará descartada a vinda do ministro. Para o relator da CPI, Palocci foi "convincente"na entrevista coletiva que concedeu no domingo.
Em nome da bancada governista, o senador Tião Viana (PT-AC) disse à Agência Senado que o ministro Palocci, na entrevista coletiva, "foi tão claro e direto que não deixou qualquer tipo de dúvida". Mas adiantou que Palocci já se mostrou à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre o episódio.
O líder da Minoria, senador José Jorge (PFL-PE), em entrevista à imprensa também nesta segunda-feira, anunciou que já tem requerimento pronto convocando Palocci. Mas adiantou que vai aguardar o depoimento de Buratti. Caso sejam confirmadas as acusações, dará entrada no requerimento de convocação do ministro.
- Espero que Buratti venha à CPI e confirme o que disse ao Ministério Público de São Paulo, mas sob uma condicionante: apresente provas documentais necessárias para que seja verificado o que realmente a empresa de lixo Leão & Leão pagou - afirmou José Jorge.
O senador dividiu a entrevista coletiva do ministro em duas partes: a primeira, considerada positiva pelo parlamentar, quando Palocci se expôs perante a opinião pública, respondendo às dúvidas levantadas sobre a sua suposta participação no esquema de recebimento de propina, e a segunda, que considerou negativa, quando, ao responder às perguntas, "tentou proteger Buratti".
Na opinião de José Jorge, o ministro, "para se mostrar realmente revoltado com as denúncias como tentou passar à imprensa", deveria ter dito que iria processar Buratti, o que não ocorreu.
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