A Copel e o Operador Nacional do Sistema (ONS) fecharam um acordo segundo o qual a gestão da geração de energia elétrica continuará sendo feita pela estatal paranaense. A empresa discutia com o órgão federal o destino do controle de suas hidrelétricas desde o ano passado, quando o ONS decidiu que sua central em Florianópolis assumiria essa atividade. O governo do estado, parlamentares e a própria Copel foram contrários à transferência e convenceram o operador a mudar de posição.
O acordo será assinado no dia 12. Ele garante à Copel a autonomia no controle de suas usinas e o monitoramento do fornecimento de energia a seus clientes. Com isso, também ficá nas mãos da estatal a responsabilidade sobre parte das barragens no Rio Iguaçu. Para os opositores da centralização do sistema em Florianópolis, a alteração administrativa colocava em risco cidades às margens do rio, em especial União da Vitória.
"Para mim esse acordo foi uma vitória política que resguarda o conhecimento que os engenheiros da Copel têm sobre o Iguaçu", diz o deputado estadual Rafael Greca (PMDB), autor de uma ação na Justiça Federal em que pedia o cancelamento da transferência. Com o acerto, o deputado vai desistir do processo. "O ONS percebeu a validade de nossos argumentos", completa Greca.
A transferência da gestão do sistema de geração para o órgão federal foi criada por uma lei do fim dos anos 90, período em que ocorreram as grandes privatizações no setor. O objetivo do governo era centralizar a administração para melhorar o aproveitamento do potencial elétrico instalado e aumentar a confiabilidade do fornecimento.
A diretoria da Copel, porém, vê a alteração com desconfiança. "A operação dos sistemas elétricos requer longa experiência na execução de procedimentos operativos, que somente pode ser obtida pelo conhecimento no local das condições técnicas, geográficas e hidrológicas desse sistema particular", disse o presidente da empresa, Rubens Ghilardi, em um documento em que levou informações sobre o assunto para a Assembléia Legislativa.
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