O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse nesta quinta-feira (17), que a presidente Dilma Rousseff está "contente" e quer "agradecer" a base aliada pela aprovação do projeto do governo que fixou em R$ 545 o salário mínimo para este ano - centrais sindicais queriam R$ 560 e o PSDB defendeu R$ 600, ambas as propostas derrotadas na Câmara.
Ele afirmou ainda que discussão sobre reajuste da tabela do imposto de renda será feita apenas após a votação do mínimo no Senado, quando o governo deverá enviar ao Congresso uma medida provisória corrigindo a tabela do IR deste ano.
"Superada essa fase do mínimo, vamos analisar. Há predisposição do governo para reajustar a tabela", afirmou. A proposta do governo é reajustar a tabela do IR em 4,5%, centro da meta inflacionária. No entanto, centrais sindicais reivindicam uma correção de 6,46%.
Gratidão
O ministro afirmou que a Dilma se disse grata à base aliada pela demonstração de unidade ao assessgurar a aprovação do projeto do mínimo. "A presidente ficou contente, alegre e satisfeita com a base aliada e quer agradecer porque ela correspondeu à expectativa do país de equilíbrio fiscal e crescimento econômico", afirmou.
Questionado se o apoio de 100% dos parlamentares do PMDB resultaria em demandas do partido por cargos no segundo escalão do governo, o ministro disse: "O PMDB é governo e como governo correspondeu à expectativa do governo. Teve uma atitude de governo na Câmara. Não existe relação entre votação e noemação."
Luiz Sérgio também criticou a atitude de parte dos deputados petistas na votação do mínimo na Câmara. Dois deputados do PT votaram a favor de emenda do DEM que reajustava o valor para R$ 560. "Não é bom que haja dissidência por parte do partido da própria presidente", disse.O ministro não quis se referir a penalidades, mas afirmou que as bancadas de cada partido governista devem "debater" a infidelidade e fazer "os encaminhamentos necessários."
Ele disse ainda esperar que o Senado mantenha o mínimo em R$ 545. "Esperamos que o Senado corresponda da mesma forma que a Câmara", declarou.
Segundo o ministro, só haverá definição sobre o reajuste da tabela do imposto de renda- exigência das centrais sindicais- depois que a medida porvisória que reajusta o salário mínimo for votada no Senado.