A Câmara Municipal de São Paulo apura a denúncia de que doações recolhidas na capital paulista para a região serrana do Rio de Janeiro dependiam de influência política para chegar às vítimas. Citado na denúncia feita pela Rádio Bandeirantes, o vereador Ushitaro Kamia (DEM) deve ser investigado pela Corregedoria da Casa. O coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, responsável pelo recebimento dessas doações, teve que se explicar aos vereadores nesta quinta-feira (5).
Mais de 300 toneladas de donativos foram arrecadas durante a campanha pelas vítimas da chuva destas, mais de 95 toneladas foram repassadas para o Rio de Janeiro e outras 105 toneladas foram distribuídas em São Paulo. O restante, que ficou na Defesa Civil, é encaminhado para instituições que façam pedidos.
Segundo a reportagem, doações dos paulistas às vítimas das chuvas estavam sendo repassadas pela Defesa Civil a um vereador da capital paulista. Por telefone, uma funcionária da Defesa Civil cita o nome do vereador Kamia como um dos parlamentares que têm autorização para distribuir os donativos. "Eu fiquei indignado com essa denúncia porque em momento nenhum eu estive em contato com a Defesa Civil", disse o vereador.
Jair Paca de Lima também falou sobre o caso. "Se houve isso e se realmente for mostrado desta forma não é praxe da Defesa Civil. Eu nunca autorizei isso. Eu não tive nenhum contato com o vereador Kamia", afirmou.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pediu providências. "A primeira medida que eu determinei é que haja um portal das doações e um portal das transferências para que fique claro quem está enviando, como chegou, e como está indo", disse. No fim da tarde desta quinta-feira, uma outra reunião foi convocada, desta vez pelo corregedor da Câmara, Marco Aurélio Cunha. A intenção dele é a de abrir um processo de investigação para apurar se houve envolvimento do vereador.
O coordenador da Defesa Civil confirmou o repasse de doações para a Fundação Oriente-Ocidente, ligada ao vereador Kamia, na última terça-feira (3). Disse que foi uma operação normal, já que se trata de uma instituição legalizada. Cerca de 250 kg de roupas e alimentos arrecadados foram repassados para a fundação.
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