O corregedor temporário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Raimundo Ribeiro (PSDB), elaborou nesta quarta-feira (24) um parecer em que sugere que a Comissão de Ética da Casa abra processo por quebra de decoro parlamentar contra oito deputados supostamente envolvidos no mensalão do DEM de Brasília e contra o presidente interino da Casa, Cabo Patrício (PT).

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Ele afirmou que não analisou o mérito da questão, mas só deu parecer pela admissibilidade ou não dos pedidos. "Eu dei encaminhamento porque entendo que, sendo um juízo de admissibilidade, quem analisa mérito é a comissão, é o juízo natural da casa. Se [o pedido] fosse manifestamente absurdo, eu poderia encaminhar também à Comissão de Ética sugerindo que fosse arquivado", disse.

Ribeiro afirmou que, como corregedor, não pode sugerir a cassação, mas só dar prosseguimento aos pedidos ou não. Agora, na comissão –que é presidida por Bispo Renato (PR)–, uma reunião será feita para analisar o relatório de Ribeiro. Se aprovado, os casos devem ganhar um relator e os deputados terão um prazo para defesa.

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Os oito deputados citados são Eurides Brito (PMDB), flagrada em vídeo colocando dinheiro do suposto esquema em uma bolsa; Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que ficou conhecido como "deputado da meia"; Júnior Brunelli (PSC), filmado fazendo uma oração com o ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa; Rogério Ulysses (sem partido, ex-PSB), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB); Rôney Nemer (PMDB); e Aylton Gomes (PR). Cabo Patrício (PT) é acusado de ter apresentado projeto de lei que beneficiava uma empresa de um dos filhos de Prudente. Ele nega irregularidades.

Os oito deputados são suspeitos de participarem de um suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Segundo o inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), que está preso, seria o comandante do esquema. Ele nega. O ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), também estaria envolvido, o que ele refuta.